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    Lixo em Luanda invade ruas e mercados

    Vermes das moscas domésticas (Muscidae), das varejeiras (Calliphoridae) da carne ( Sarcophagidae),da fruta (Tephritidae), ratos e baratas invadem as residências dos moradores de vários municípios de Luanda, devido aos amontoados de lixo que se acumulam há mais de três meses sem recolha.

    Campanha de recolha do lixo (Foto: Angop)
    Campanha de recolha do lixo (Foto: Angop)

    A proliferação de lixo, um pouco por toda a província de Luanda, está a preocupar os seus habitantes, incapazes de alterar o quadro por falta de meios apropriados para o efeito.

    Actualmente várias ruas secundárias e terciárias das zonas suburbanas encontram-se totalmente intransitáveis, porque o lixo ocupa as faixas de rodagem das vias, e os munícipes por sua vez, vêem-se obrigados a coabitar com vermes, baratas, moscas, répteis, ratos, mau cheiro, ar poluído e fumo que invade as suas residências.

    Na vã tentativa de diminuir os grandes focos de lixo, os moradores ateiam fogo aos detritos, entre os quais produtos inflamáveis que poluem ainda mais o ambiente, colocando a saúde dos munícipes em perigo.

    Os moradores dizem que depositam o lixo nos habituais locais, uns com contentores e outros sem, mas que, eram limpos duas a três vezes por semana, o que deixou de acontecer há vários meses.

    De acordo com Ângela Pereira e Pascoal Afonso,  moradores dos bairros Km 14A em Viana e Calemba 2, Kilamba Kiaxi, respectivamente, o lixo tem dificultado inclusive, o normal funcionamento de algumas escolas, principalmente, quando ateiam fogo, pós o fumo invade as salas de aulas.

    As fogueiras são um perigo, por outro lado, perigo aos veículos que circulam nas faixas de rodagem são forçados a circular a escassos centímetros das chamas.

    Devido a essa quantidade de resíduos, os postos de saúde privados têm estado diariamente abarrotados de pacientes de diferentes idades, sendo o paludismo a doença mais diagnosticada. Entretanto, contactados pela Angop, alguns responsáveis de postos médicos privados confirmam o aumento de doentes com malária, diarreia e vómitos.

    A quantidade com a mesma patologia aumenta também a cada dia, nos postos médicos e hospitais de referência públicos, afigurando-se urgente a limpeza da capital.

    Após uma ronda efectuada em alguns postos médicos privados e hospitais públicos, de diferentes municípios de Luanda, constatou-se um grande fluxo de doentes, com destaque para crianças, adolescentes e idosos.

    De acordo com Januário Afonso, responsável de um posto médico no bairro BCA, município do Cazenga, o aumento de casos de doenças tem a ver com a proliferação de lixo,tendo por este facto apelado ao redobro dos cuidados de higiene do meio e pessoal.

    Aconselhou igualmente para os cuidados com a água e alimentos, sobretudo para a lavagem dos frutos e legumes antes de os consumir ou confeccionar.

    Já para Adão João Kangongo, chefe de um posto no Km14A, em Viana, afigura-se urgente a implementação do novo modelo de recolha de lixo, pós é impossível os moradores fazerem a remoção das lixeiras consideradas selvagens.

    Já no Centro Materno Infantil Mãe Jacinta Paulino, igualmente em Viana, a chegada de pacientes verifica-se em cada dois minutos.

    Os doentes considerados em estado normal reclamam pela demora no atendimento, devido ao grande fluxo de pacientes que chegam em estado grave a quem foram diagnosticados com paludismo, doenças diarreicas ou vómitos. Mas apesar disso são todos assistidos com maior ou menor tempo de espera.

    Segundo membros da comissão de moradores desse mesmo bairro, apesar da sensibilização dos munícipes sobre a deposição o lixo nos locais indicados, a situação é preocupante por não se registar a recolha atempada por parte das operadoras contratadas para o efeito.

    “Os moradores deitam mesmo o lixo nos locais habituais, mas infelizmente por falta de recolha, verifica-se essa situação de desolação, com grandes focos que estão a ocupar ruas e recintos para prática desportiva, estradas e outros”,disse.

    Há cerca de cinco meses ou mais, que se regista com preocupação, um certo abrandamento na recolha do lixo por parte das operadoras.

    De acordo com dados das próprias operadoras e do Governo Provincial, para além do problema contratual e do lançamento do novo modelo de recolha de lixo existem algumas limitações para manter a cidade limpa, com destaque para os meios técnicos.

    Outrossim, as operadoras tem dificuldades na aquisição de combustível, lubrificantes e peças sobressalentes, o que reduz a sua capacdade de recolha de lixo na capital do país.

    Apercebendo-se e preocupado com o lixo na província, o governador provincial de Luanda, Graciano Domingos apelou a compreensão das operadoras no sentido destas prosseguiram com a recolha de lixo, apesar da dívida existente, até a sua liquidação.
    “Assumimos haver uma dívida com essas empresas e tudo está a ser feito para o respectivo pagamento”, afirmou o governador Graciano Domingos, quando falava à imprensa no final da 1ª sessão extraordinária do Conselho de Ministros, realizada no dia 20 de Abril do corrente ano.

    Nessa mesma altura, Graciano Domingos anunciou a entrada em funcionamento, a partir do mês de Agosto, do novo modelo municipal de recolha de lixo.

    Este anunciado modelo transfere para as administrações municipais, todas as responsabilidades de contratação, controlo e pagamento das operadoras, antes sob tutela da Elisal. (portalangop.co.ao)

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