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    José Serra pede fim do regime presidencialista no Brasil

    Ministro das Relações Exteriores apontou os exemplos de Cabo Verde e Portugal a seguir.

    O chefe da diplomacia brasileira defendeu a mudança do regime presidencialista para semipresidencialista ou semiparlamentarista no seu país e apontou os casos de Cabo Verde e Portugal como exemplos a seguir.

    José Serra fez estas afirmações na cidade da Praia, Cabo Verde, o primeiro país africano que visita, no final de um encontro com o primeiro-ministro do arquipélago Ulisses Correia e Silva.

    “Parte dos problemas que o Brasil tem decorre do sistema político presidencialista puro e do sistema eleitoral, que é bastante ineficiente”, afirmou Serra, para quem “num regime semipresidencialista ou semiparlamentarista, a troca de Governo é uma solução, no presidencialismo é um problema”.

    O “chanceler” brasileiro disse esperar que, desta vez, o seu país “extraia uma lição que já devia ter sido aprendida há muito tempo de que precisamos reformar o sistema politico”.

    Para Serra, “um sistema como o de Cabo Verde ou de Portugal era o ideal no Brasil”, porque, explica, “você tem um presidente, que é chefe de Estado, e um primeiro-ministro que governa, o Governo perde apoio ou vai mal, troca o Governo, isso num país presidencialista é sempre traumático”.

    O chefe do Itamaraty, que assumiu o Ministério das Relações Exteriores há duas semanas, revelou ter feito questão de ir a Cabo Verde como um primeiro contacto com a África por ser “um país que consideramos interessante, que tem boa governabilidade, uma democracia consolidada, um regime exemplar”.

    A caminho de Paris, onde vai participar na reunião da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), José Serra esteve no arquipélago por 12 horas, durante as quais passou em revista a cooperação entre Praia e Brasília e encontrou-se com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.

    Cimeira da CPLP possivelmente em Julho

    Na ocasião, o chefe da diplomacia brasileira revelou que, depois do seu regresso, vai propor ao Presidente em exercício Michel Temer uma nova data para a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) inicialmente para ocorrer em Junho em Brasília, mas adiada devido à crise política.

    Sem avançar datas, José Serra admitiu que poderá acontecer em Julho, mas lembrou também que o país prepara-se para acolher os Jogos Olímpicos, em Agosto, “o que consome muita energia” e que São Tomé e Príncipe e Cabo Verde terão eleições presidenciais e autárquicas, respectivamente, neste verão. (VOA)

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