A Itália pretende investir nas pescas em Angola, por intermédio de parcerias com empresas angolanas, anunciou o vice-presidente da Federação Nacional Empresas de Pescas da Itália (FEDERPESCA), Luigi Giannini, durante o fórum empresarial Angola-Itália, que decorreu na 32.ª edição da Feira Internacional de Luanda.
A parte italiana pretende disponibilizar navios com altas tecnologias, maquinaria e investir na transformação dos produtos do mar, na cadeia de frio, com o objectivo de abastecer não só o mercado interno, mas os países da região austral, bem como o próprio mercado da União Europeia.
“Desta feita, há uma grande pretensão de intervir na produção primária, realização de produtos terminados e produtos pré-trabalhados, que possam fazer parte da produção das empresas italianas”, assegurou Luigi Giannini.
Itália pretende focar-se também no aspecto da conservação da fauna marinha angolana sobretudo o peixe, uma condição que o empresário acredita poder “prolongar a parceria por muitos anos”. Por isso, mostra-se aberto em partilhar toda a experiência italiana. Eventuais acordos poderão ser assinados durante a Feira Internacional das Pescas, organizada pelo Ministério das Pescas, prevista em Novembro. Essa altura será aproveitada para a vinda de uma importante delegação empresarial italiana que actua neste segmento de mercado.
As associações de pesca italianas querem viabilizar parcerias e contam com o apoio do Ministério de Políticas Agrícolas Alimentares Florestas da Itália.
Cizalina Costa, directora nacional de distribuição do sal e iodização do Ministério das Pescas, lembra que Itália tem regulamentos rígidos de exportação de produtos do mar, mas fornece aos mercados asiático e europeu e que, por isso, Angola “precisa de parcerias como esta em todos os ramos para que consigamos exportar para novos mercados sobretudo o norte-americano”.
Mateus Sales, representante da empresa angolana Kicomar, elogia a parceria, mas adverte que “terá de ser processada em moldes diferentes do que vem acontecendo”, de modo a que o sector “se regenere e absorva tecnologia.
António Rosário, da Associação de Produtores de Sal, aproveitou para incentivar os italianos a investirem também na produção do sal. Carlos Simões, da Associação de Pescas do Namibe, até sugeriu que a sua província beneficie “de condições favoráveis”, possuindo 34 empresas, mas que carecem de modernização para se atingir níveis de captura e transformação mais desejados.
442
mil toneladas
é o total da captura
de peixe em Angola, em 2014,
uma cifra assinalada como
a mais elevada dos
últimos dez anos
191
mil toneladas
pesca industrial
112
mil toneladas
semi-industrial
118
mil toneladas
pesca artesanal marítima (novagazeta.co.ao)
Por: Valdimiro Dias