Tomás Gabriel, que falava durante o segundo dia das jornadas comemorativas da criação do IGAE, disse que esta instituição conta neste momento com apenas 16 inspectores para atender todo o país e o estrangeiro.
O inspector, que dissertou sobre o papel da IGAE na prevenção e combate às más práticas na Administração Pública, defendeu que se faça uma série de alterações na forma de actuação da Inspecção do Estado, sem a qual, disse, não é possível atingir os objectivos preconizados para a melhoria da qualidade dos serviços.
Tomás Gabriel defendeu também a alteração do Estatuto Orgânico da Inspecção da Administração do Estado e que os inspectores sejam munidos de autoridade que os permita ter acesso aos documentos mais sigilosos. “O acesso a tais documentos, ainda que estejam sob sigilo, vai permitir uma melhor eficácia nos seus trabalhos porque a classificação de documentos muitas vezes depende do poder arbitrário de determinados gestores”, sublinhou.
Na óptica do inspector, o atraso na autorização para se abrir o documento põe em causa a defesa dos interesses do Estado e faz com que muitas informações sejam ocultadas.
Sobre a importância do papel do controlo, Tomás Gabriel afirmou que muitas vezes quem sai prejudicado não é o gestor, mas sim o Estado, porque isso cria descredibilidade dos cidadãos relativamente às acções do Estado.
Entre os assuntos que mais despertam a preocupação do IGAE, Tomás Gabriel indicou a questão de funcionários com a mesma categoria mas que auferem salários diferenciados. (Jornal de Angola)
