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    Inscrição de filha na escola trama rei da cocaína de Milão

    Membro da “Ndràngheta, a máfia calabresa, era procurado há 23 anos em Itália. Rocco Morabito tinha falso passaporte português

    Após mais de duas décadas em fuga, um dos mais procurados líderes da mafia calabresa “Ndràngheta foi detido este fim de semana no Uruguai. E tudo porque, segundo os media locais, Rocco Morabito terá inscrito a sua filha na escola usando o seu nome verdadeiro. O “rei da cocaína de Milão”, como era conhecido, vivia sob falsa identidade e entre o material apreendido na sua casa estavam “passaportes portugueses em nome de Francisco Capeletto”, indicaram as autoridades uruguaias num comunicado.

    Morabito, procurado em Itália desde 1994 por tráfico de cocaína e pertença a organização criminosa, era alvo de um “alerta vermelho” por parte da Interpol, por suspeita de ter pertencido entre 1988 e o verão de 1994 à mafia calabresa. Seria ele o responsável dentro da “Ndràngheta pelo transporte de droga até Itália e a sua distribuição em Milão. Segundo o comunicado do Ministério do Interior do Uruguai a detenção, num hotel de Montevideu, surge após seis meses de investigação.

    O suspeito foi preso na capital uruguaia, mas vivia há mais de uma década numa mansão com piscina em Punta del Este, na região de Maldonado, com o nome Francisco Antonio Capeletto Souza. Graças a um falso passaporte brasileiro tinha bilhete de identidade uruguaio. Apesar de ter chegado ao Uruguai em 2002, depois de uma estadia no Brasil, Morabito vivia uma “vida normal” desde 1994 e não tem estado envolvido em nenhuma atividade criminal desde então, disse o seu advogado Alejandro Balbi aos media uruguaios.

    Junto com Morabito foi detida a sua mulher, cujo nome não foi revelado, sabendo-se apenas que nasceu a 16 de julho de 1963, em Angola, e que tinha passaporte português. Na casa do suspeito foram ainda apreendidos mais passaportes portugueses em nome de Capeletto, além de 150 fotografias tipo passe em que Morabito surgia com várias roupas e tonalidades de pele diferentes. Havia ainda uma pistola Glock de 9 mm, 13 telemóveis e numerosos cartões SIM, mais de 54 mil dólares em dinheiro e 12 cartões de débito e crédito.

    Morabito, de 50 anos, é acusado de organizar o transporte para Itália de 32 quilos de cocaína em janeiro de 1993, tendo o intermediário sido detido em França e a droga apreendida. É igualmente acusado da tentativa de transportar, em julho do ano anterior, 592 quilos de cocaína do Brasil para a Itália, sendo o carregamento travado ainda em solo brasileiro. Por último, é acusado de organizar o transporte de mais 630 quilos de cocaína em abril de 1993, com o comunicado da polícia uruguaia a não especificar o que aconteceu com essa droga.

    Após de ter sido ouvido pela justiça uruguaia, foi mantido em prisão por três crimes de falsificação de bilhete de identidade e de passaportes e crime continuado de falsificação ideológica. Ficará três meses em preventiva enquanto aguarda também a decisão sobre o processo de extradição, que Itália deverá agora pedir para que possa cumprir a pena de 30 anos de prisão à qual já foi condenado à revelia. A mulher terá sido deixada em liberdade, não tendo sido encontrada ligação às atividades ilícitas do marido. (Diário de Notícias)

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