Bissau – Organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau apelam à paralisação hoje, quarta-feira, do país, numa jornada de desobediência civil pelo que consideram serem “decisões erradas” do chefe de Estado, José Mário Vaz, ao demitir o Governo saído de eleições.
O protesto foi convocado pela recém-criada Aliança Nacional para Paz e Democracia na Guiné-Bissau, plataforma criada por organizações da sociedade civil para fazer face à crise política no país.
O porta-voz desta plataforma, Luís Nancassa, disse á LUSA que o objectivo é paralisar os transportes públicos, o comércio e serviços.
“Tudo o que pudermos paralisar será paralisado, queremos até que o mercado se feche, que os transportes não circulem, que os trabalhadores fiquem em casa”, afirmou Luís Nancassa.
O Presidente José Mário Vaz demitiu no dia 12 o Governo de Domingos Simões Pereira (presidente do PAIGC) e escolheu na quinta-feira Baciro Djá como primeiro-ministro.
Apesar de não ter sido indicado pelo partido que venceu as últimas eleições, o PAIGC, Vaz justificou a nomeação com o facto de Baciro Djá ser vice-presidente daquela força política e ter sido director da campanha eleitoral em 2014, o que considera fazer dele um profundo conhecedor das promessas eleitorais.
Baciro Djá também acompanhou a campanha de José Mário Vaz, chefe de Estado eleito igualmente pelo PAIGC nas eleições presidenciais gerais (legislativas e presidenciais) de 2014.
O partido, bem como diversas organizações da sociedade civil, consideram as decisões de José Mário Vaz inconstitucionais e pretendem avançar com acções judiciais para destituir o Presidente da República. (portalangop.co.ao)