Os enfermeiros e os técnicos de saúde da Guiné-Bissau iniciaram hoje mais uma greve geral de quatro dias para reclamar salários em atraso e melhorias de condições laborais.
O porta-voz da comissão da greve, Gaspar Baticã, disse à Lusa que os responsáveis dos sindicatos (Sindicato de Técnicos de Saúde e Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos e Afins) foram convocados para uma reunião no Ministério da Saúde.
“Fomos convocados para mais uma ronda negocial, mas esperamos que desta vez o ministério venha com propostas concretas, caso contrário vamos estar em greve até dia 02 de agosto”, disse o sindicalista.
Gaspar Baticã afirmou que a adesão à paralisação hoje iniciada “é na ordem de 95 por cento”, enfatizando que todos os hospitais e centros de saúde observam a greve, embora prestem serviços mínimos.
Os médicos, embora solidários com a greve dos enfermeiros e técnicos, não aderiram ao movimento.
A greve, a segunda em pouco tempo, visa o pagamento de seis meses de subsídios aos enfermeiros e técnicos, o pagamento de 18 meses de salários aos enfermeiros recém-formados e ainda a alteração de letras aos quadros da saúde.
De acordo com Gaspar Baticã os funcionários da saúde pública não beneficiam de promoção na carreira praticamente há mais de 20 anos.
O porta-voz da comissão negocial adiantou também que se não houver “uma resposta satisfatória” por parte do Governo os dois sindicatos já anunciaram, em pré-aviso, uma nova paralisação laboral de quatro dias.
A Lusa esteve hoje no hospital nacional Simão Mendes (principal unidade de saúde da Guiné-Bissau) onde pode constatar um fraco movimento de pessoas, uma situação pouco usual para uma segunda-feira.
“O hospital está completamente parado. Pensamos que o Governo devia dar mais atenção à nossa greve porque estamos a falar de paralisação de profissionais que lidam com a vida humana”, observou Gaspar Baticã, ele mesmo enfermeiro do Simão Mendes.
FONTE: Lusa