O grupo de mulheres parlamentares solicitou, esta terça-feira, aos órgãos de justiça para tomarem medidas severas contra todo o tipo de violência contra as mulheres, bem como a alteração da Lei 25/08 de 14 de Junho sobre violência doméstica o mais rápido possível.
Segundo a deputada Maria do Carmo, nos últimos tempos a sociedade angolana testemunhou crimes bárbaros em que mulheres foram assassinadas pelos maridos ou companheiros traídos pelo amor que dedicavam.
Ao falar durante 3ª reunião plenária extraordinária desta terça-feira, que aprovou na generalidade várias propostas de Lei, ressaltou que tais crimes ocorreram no seio das famílias, o núcleo fundamental da sociedade, que urge de todos a protecção social redobrada.
Dados estáticos do ano transacto apontam que só na capital do país, Luanda, registaram-se 5.270 queixas, das quais 4.070 são de vítimas contra as mulheres, desde agressões físicas, homicídios e violações.
Maria do Carmo ressaltou que África é considerada o continente onde as mulheres correm o maior risco de serem mortas por parceiro ou parente, com cerca de 3,1 vítimas a cada 100 mulheres.
Dados publicados pela ONU, em 2017, apontam que cerca de 50 mil mulheres foram assassinadas por um parceiro ou parente.
Segundo estudos, uma mulher é morta por alguém que conheceu a cada 10 minutos. Em 2017, 58 por cento dos homicídios do género foram praticados por parceiros vítimas de relacionamentos abusivos, assassinatos com base na religião ou chamados crimes de honra.
O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, em nome dos deputados angolanos, reafirmou a sua solidariedade e o empenho de lutar junto com o grupo de mulheres parlamentares e sociedade em geral para se ultrapassar esse tipo de situações.