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    Griezmann evita vingança da Irlanda e classifica a França

    Seleção irlandesa marca logo no primeiro minuto e ressuscita memórias do “Incidente da Mão de Gália”. França, porém, acelera o jogo na segunda etapa e consegue a virada com dois golos em três minutos.

    A França acordou no segundo tempo e eliminou a Irlanda com dois golos de Antoine Griezmann. Alívio entre os torcedores franceses, neste domingo (26/06), em Lyon, pois a Irlanda abriu o marcador logo no primeiro minuto e estava próxima de realizar uma das maiores surpresas na história das Eurocopas.

    Por um tempo parecia que a Irlanda conseguiria se vingar do chamado “Incidente da Mão de Gália”, conhecido em inglês também como “Hands of Frog” – em alusão a um apelido pejorativo dado pelos ingleses aos franceses, no século 19, devido a sua tradição de comer cochas de rãs.

    Em 2009, na repescagem das eliminatórias europeias para Copa do Mundo de 2010, o atacante Thierry Henry dominou a bola com a mão para o defesa central William Gallas eliminar os irlandeses. Na época, a Irlanda entrou com um processo para anular a partida. Posteriormente, o presidente da Federação Irlandesa de Futebol (FAI), John Delaney, afirmou que a entidade recebeu dinheiro da FIFA para desistir da acção.

    O fatídico lance de 2009 veio à memória logo no começo da partida deste domingo, em Lyon. A Irlanda, pela primeira vez numa fase mata-mata de Eurocopa, entrou na partida solta, sabendo que o favoritismo estava completamente do lado da França, que, além de ser a anfitriã, tem jogadores mais qualificados e experientes. Mas do lado francês também se encontrava o nervosismo.

    Logo no primeiro minuto de bola rolando, desatenção generalizada na grande área de Hugo Lloris. Adil Rami escorregou e Paul Pogba, de forma totalmente precipitada e desnecessária, derrubou Shane Long: penalti. Robbie Brady, o herói da classificação com o golo da vitória contra a Itália, na fase de grupos, acertou a parte interna da trave e abriu o marcador, em Lyon.

    Com isso, Brady tornou-se apenas o segundo jogador irlandês a marcar dois golos para a Irlanda num mesmo torneio – o outro é a lenda Robbie Keane, que marcou duas vezes na Copa do Mundo de 2002. Outra curiosidade: os últimos três golos sofridos pela França em Eurocopas foram todos de cobranças de penalti – duas, após faltas de Pogba.

    Daí em diante só deu França, principalmente com bolas alçadas procurando a habilidade aérea de Olivier Giroud: trabalho fácil para o guarda-redes irlandês Darren Randolph. A Irlanda voltou a se aproximar da grande-área adversária somente aos 20 minutos, mas com muito perigo. Após cobrança longa de lateral, Daryl Murphy finalizou de dentro da área para grande defesa de Lloris.

    Os irlandeses amarraram bem a partida, com forte marcação e pequenas faltas providenciais. Assim que Pogba ou Dimitri Payet pegavam na bola, a marcação dobrava. A França teve inúmeras cobranças de falta da intermediária, mas o jogo aéreo não aparentava ser a melhor táctica contra uma selecção das ilhas britânicas.

    Apesar da forte marcação irlandesa, foi um primeiro tempo decepcionante dos anfitriões, principalmente de Pogba e Griezmann, que tiveram excelentes temporadas em seus clubes, mas pouco produziram nesta Eurocopa. A melhor chance francesa ocorreu já nos acréscimos, quando Payet e Griezmann tiveram óptimas chances para finalizar de dentro da área – mas titubearam e a defesa irlandesa tirou o perigo.

    Vitória parcial da Irlanda até o intervalo. O alento da França? Todos seus golos nesta Eurocopa foram marcados no segundo tempo. E a França voltou do intervalo com uma formação mais ofensiva, com a entrada de Kingsley Coman no lugar de N’Golo Kanté.

    Payet começou a participar mais do jogo. Mas os irlandeses tinham os contra-ataques ao seu dispor. E invariavelmente esses eram os lances mais perigosos. Num deles, James McClean cruzou na segunda trave, mas Lloris salvou. Sobraram os chutes da distância. Aos 10 minutos, Blaise Matuidi arriscou para boa defesa de Randolph.

    Num dos poucos momentos em que os franceses conseguiram acelerar uma troca de passes, a bola sobrou com espaço para Bacary Sagna, na direita, que cruzou na medida na cabeça do pequeno Griezmann. Sem chances para Randolph: 1 a 1 e alívio francês, em Lyon.

    A pressão surtiu efeito. Dois minutos após o empate, Griezmann virou a partida para a França. Giroud venceu a disputa aérea, e a bola sobrou para o atacante do Atlético de Madri, livre, na entrada da área, escolher o canto esquerdo de Randolph. Terceiro gol de Griezmann nesta Eurocopa.

    E ele estava infernal na segunda etapa. Aos 20 minutos, Griezmann recebeu belo passe de Giroud e ia avançando sozinho para meta irlandesa quando foi derrubado por Shane Duffy: cartão vermelho para o defesa-centrai irlandês. Com 10 contra 11, a missão irlandesa ficou praticamente impossível.

    A França seguiu pressionando, em busca do terceiro golo. Andre-Pierre Gignac teve duas grandes oportunidades: numa parou nas mãos de Randolph, em outra o travessão salvou a selecção irlandesa. Gignac estava a fim de marcar o seu, mas falhou na pontaria.

    Com a classificação, a França aguarda o vencedor de Inglaterra e Islândia. O duelo pelas quartas de final será em 3 de Julho, no Stade de France, em Saint-Denis. Nesta fase, Deschamps não poderá contar com Kanté e Rami, suspensos.

    Ficha técnica

    França 2 x 1 Irlanda

    Local: Stade de Lyon, em Lyon

    Arbitragem: Nikola Rizzoli (Itália), auxiliado por seus compatriotas Elenito Di Liberatore e Mauro Tonolini.

    Gol: Robbie Brady (pen. 2’/1T), Antoine Griezmann (13’/2T e 15’/2T)

    Cartões amarelos: Seamus Coleman (25’/1T), N’Golo Kanté (26’/1T), Jeff Hendrick (40’/1T), Adil Rami (43’/1T), Shane Long (27’/2T)

    Cartões vermelho: Shane Duffy (20’/2T)

    França: Hugo Lloris; Bacary Sagna, Adil Rami, Laurent Koscielny e Patrice Evra; N’Golo Kanté (Kingsley Coman 1’/2T – Moussa Sissoko 47’/2T), Paul Pogba e Blaise Matuidi; Antoine Griezmann, Dimitri Payet e Olivier Giroud (Andre-Pierre Gignac 28’/2T). Técnico: Didier Deschamps.

    Irlanda: Darren Randolph; Seamus Coleman, Richard Keogh, Shane Duffy e Stephen Ward; James McCarthy (Wes Hoolahan 27’/2T), Jeff Hendrick, Robbie Brady e James McClean (John O’Shea 24’/2T); Daryl Murphy (Jonathan Walters 20’/2T) e Shane Long. Técnico: Martin O’Neill. (EURONEWS)

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