Um protocolo de parceria, que prevê estágios de formação na área de investigação científica em Portugal, para finalistas angolanos que tenham concluído a licenciatura no domínio das ciências da saúde, foi rubricado ontem, em Luanda, pelos presidentes das Fundações Eduardo dos Santos (FESA) e Calouste Gulbenkian, Ismael Diogo e Isabel Mota, respectivamente.
A Fundação portuguesa assegura, ao abrigo do protocolo, o tratamento da hipertensão arterial à população adulta da província do Bengo, no âmbito do projecto do Centro de Investigação de Saúde de Angola (CISA).
Por seu lado, a FESA vai atribuir bolsas de doutoramento a investigadores angolanos colaboradores do projecto CISA e um subsídio de 15 mil dólares à fundação portuguesa, que passa a gerir este centro de investigação, localizado na província do Bengo.
O protocolo, celebrado na sede da Fundação Eduardo dos Santos, tem a duração de três anos. Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, o presidente da FESA disse que a assinatura deste protocolo marca o culminar de um grande projecto, tendo solicitado à Fundação Gulbenkian que contribua para o desenvolvimento da cooperação científica que Angola tem com outros países da região Austral.
Um dos propósitos do programa estratégico da Fundação Eduardo dos Santos, explicou Ismael Diogo, consiste em ajudar o Estado angolano a atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
“A juventude tem de estar motivada para a cultura de investigação científica”, salientou, admitindo que, neste domínio, Angola está ainda a dar os primeiros passos.
A administradora da Fundação Calouste Gulbenkian referiu que o protocolo visa fomentar o gosto pelo conhecimento e dinamizar o espírito para uma cultura científica. “Só através de uma base científica conseguiremos dar respostas concretas e eficazes aos problemas das populações” disse.
Alimentação e Agricultura
Ainda ontem, a Fundação Eduardo dos Santos celebrou um protocolo de cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), com vista ao desenvolvimento de acções e projectos de combate à insegurança alimentar, fome e pobreza.
O protocolo, válido para três anos, foi assinado pelo presidente da FESA e pelo representante da FAO em Angola, Mamadou Diallo. Ismael Diogo afirmou que a FESA tem em carteira um projecto de desenvolvimento rural, com assentamento das populações, no programa de combate à fome e
à pobreza.
O representante da FAO disse esperar que o protocolo ontem assinado sirva de referência para a mobilização de outras agências das Nações Unidas em torno dos objectivos a que se propõe a Fundação Eduardo dos Santos.
Garrido Fragoso
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: João Gomes