Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo, ainda não conseguiu mobilizar os 400 mil milhões de dólares de reforço para poder intervir na crise das dívidas soberanas na zona euro. O Japão avançou hoje com 60 mil milhões.
Depois de um compromisso da zona euro em reforçar os cofres do Fundo Monetário Internacional (FMI) com 150 mil milhões de dólares foi hoje a vez de o Japão anunciar que avançará com 60 mil milhões de dólares para o mesmo fim. Estes reforços pretendem permitir ao FMI juntar-se ao “corta-fogo” europeu para conter a crise das dívidas soberanas na zona euro, ultimamente em destaque em virtude do agravamento do risco de incumprimento e dos juros da dívida espanhola.
No entanto, Christine Lagarde, a diretora-geral do FMI, ainda está longe dos 400 mil milhões de dólares pretendidos e já levou uma resposta negativa dos Estados Unidos, bem como não obtem posições definitivas dos BRIC (acrónimo para o grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China), que condicionam o seu envolvimento no reforço do capital do Fundo à obtenção de direitos de voto suplementares na instituição. Os BRIC aproveitam a oportunidade para pressionar na alteração mais rápida da correlação de forças dentro da instituição.
Por isso, Lagarde repetiu hoje ao jornal italiano “Il Sole 24 Ore” que o assunto só estará resolvido “dentro de semanas”. Em suma, é pouco provável que o tema seja concluído nas reuniões da Primavera do FMI e do Banco Mundial que decorrem entre 20 e 22 de abril em Washington DC.
A diretora-geral do FMI disse, também, ao jornal italiano que volta a colocar em cima da mesa a proposta do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e do futuro Mecanismo Europeu de Estabilização poderem passar a emprestar aos bancos da zona euro e não só aos governos.
Fonte: Expresso