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    Filomena Oliveira: “Pretendemos deslocar a feira”

     

    Responsável afirma que os expositores estão satisfeitos com o evento. (Foto: Contreiras Pipa)
    Responsável afirma que os expositores estão satisfeitos com o evento.
    (Foto: Contreiras Pipa)

    A “Senhora do Monte” já não reúne condições apropriadas para albergar a Expo-Huíla por exiguidade de espaço.

    O Lubango é a segunda praça a nível do país e pelo facto é procurado por diversos vendedores de serviços e indústria, considera Filomena Oliveira. A razão evocada pela responsável, que é membro da direcção da Associação Provincial Agro-pecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), justifica a mudança do recinto para a realização da Expo-Huíla. Ela informou que, no próximo ano, o evento se deslocará do local actual para um outro já identificado dentro da cidade do Lubango, a fim de permitir que os expositores, dentro da sua criatividade, possam montar o seu stand de acordo com o seu interesse.

    Qual é o número exacto de empresas que participam na edição da Expo-Huíla 2014?
    Para esta edição, estão presentes 260 expositores. Tivemos que adaptar alguns espaços, que permiti- ram criar novos pavilhões. Este espaço já não reúne condições no que diz respeito à expectativa dos próprios expositores actuais e do vasto número de expositores que ficam de fora, por inexistência de espaço. Então, quando a demanda é maior do que a oferta, temos que ser capazes, enquanto bons empre- sários de encontrar alguma solução e aumentar também a oferta. Isso significa com certeza que esta Expo-Huíla será a última neste recinto que poderá ser utilizado para feiras sectoriais mais pequenas, mas para uma feira à dimensão da Expo-Huíla já não.

    Onde que seria?

    Dentro do município do Lubango, temos muito espaço. Então, deve-se, junto do governo e da administração municipal, encontrar um espaço que reúna as condições que sirvam os interesses da comunidade empresarial local e daquela que também nos pro- cura por essa altura.

    Qual é a promessa do governo local?

    O governo provincial tem conhecimento. Aliás, foi cedido um terreno que está situado dema- siadamente longe da cidade. Se é verdade que daqui a alguns anos conseguimos estender a cidade para lá, talvez. Mas de momento não é viável.

    Como considera a demanda de expositores?
    Angola, enquanto mercado, está na moda por ser um mercado emergente, que cresce todos os dias e que é procurado sobre- tudo por ter grande potencial de continuar a crescer. Claro que as feiras de Luanda têm muita procura. O Lubango é a segunda praça a nível do país e pelo facto é procurado por todos os vendedores de serviços, indústria, etc. Por isso, a demanda vai continuar a crescer na província e a Associação Agro-pecuária, Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL), que é a promotora exclusiva deste certame há já 22 anos, terá que encontrar alternativas. De preferência com o apoio do governo, à semelhança do que sucede com outras feiras do país que rece- bem um apoio financeiro substancial dos governos locais.

    Os apoios não têm acontecido?

    Temos todo o apoio institucional, carinho, mas nós precisamos de mais. As feiras fazem-se com investimentos. Esta feira que aqui está já está obsoleta no que diz respeito aos próprios equi- pamentos. Os expositores têm que reinventar espaços todos os anos e tem que ser feito um esforço muito maior no que diz respeito à alocação de espaço, o que não devia ser o nosso caso. Além de ser a maior e mais antiga no Sul de Angola, nós precisa- ríamos de ter um espaço mais adequado e com as medidas internacionalmente padroniza- das, que são espaços de três por três, livres e que possam permi- tir que os expositores, dentro da sua criatividade, possam mon- tar o seu stand de acordo com o seu interesse. Esta feira tem muitas limitações.

    Fazendo uma comparação de todas as edições já realizadas, há cresci- mento? Se sim, o que é que está na base desta progressão?

    É o apoio da própria associação. A associação, enquanto empresarial, nós tentamos vender os espa- ços, fazer o marketing da própria feira, criando a possibilidade de que os patrocinadores possam ter a possibilidade e os valores necessários para podermos realizar evento desta envergadura, não só a nível da publicidade, mas também de todos os serviços de apoio, pois, vem precisamente do dinheiro que é recebido da venda dos produtos da publicidade e dos patrocínios.

    Estes valores já são significativos?

    Se fizermos uma comparação, podemos dizer que este ano conseguimos angariar um patrocínio considerável para nos poder ajudar. Este ano estamos melhor em relação a outros. O ganho faz com que a Aapcil seja mais criativa na mobilização de recursos para a realização da Expo-Huíla.

    E em relação aos custos da realização desta edição?
    Ainda não estão todos contabilizados. Isto fizemos em todos os finais da feira, há todo um serviço que está a ser feito com a publicidade na média, produção de spots e também tem a ver com o próprio melhoramento com o fornecimento de energia, protocolo, produção dos materiais gráficos. A feira abriu com o catálogo da Expo-Huíla a ser desmobilizado, o que são custos inerentes que só no final conseguiremos chegar a um valor total de tudo isso.

    A Expo-Huíla satisfaz as expectativas?
    Eu acho que não satisfaz as expectativas pela falta de espaço. Mas de uma forma geral, achamos que os expositores estão satisfeitos e que são capazes de realizar os objectivos a que se propuseram, para estarem presentes no segundo maior mercado de Angola, que é a Huíla.

    O volume de negócios tem aumentado?
    O volume de negócios tem aumentado consideravelmente, daí, a pro- cura crescente todos os anos de expositores nacionais e internacionais em estarem connosco.

    Qual é a contribuição do governo da Huíla para que a Expo-Huíla seja um verdadeira alavanca da economia?

    O governo da Huíla, como eu disse, tem-nos dado apoio institucional. Não temos recebido directamente apoios financeiros, mas precisamos, à semelhança de outras feiras, que haja um maior engajamento, até porque as associações de empresários locais são os maiores parceiros dos governos provinciais, porque proporcionam maior número de empregos. O combate à fome e à pobreza só pode ser feito com a criação de rendimento. Esse rendimento só pode advir da criação de empregos e da materialização de projectos empresariais, de forma a criar-se rendimentos. Os apoios permitem o fomento do empresariado local, defender os seus interesses e promover esse mesmo interesse. (jornaldeeconomia.ao)

    Por: Agostinho Chitata

     

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