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    Família de manifestante morto em Luanda insiste em autópsia independente com presença de fotógrafo

    Depois da recusa da PGR, quarta tentativa está marcada para amanhã

    Três semanas após a morte do estudante angolano Inocêncio Alberto de Matos durante a manifestação de 11 de novembro em Luanda continua o desentendimento entre a Procuradoria-Geral da Republica ((PGR) e a equipa de advogados da família em torno de um autópsia independente com a presença de um fotógrafo.

    A família continua a aguardar pela realização da autópsia e várias tentativas entre as partes falharam em virtude da PGR não permitir fotografar a autópsia.

    À última hora, a VOA soube que a autópsia pode ser realizada amanhã, 26, o que seria a quarta tentativa.

    O pai de Matos, Alfredo Miguel Matos, suspendeu o seu protesto defronte ao Palácio de Justiça por lhe ter sido garantida a realização da autópsia.

    O advogado da família afirma ter remetido um terceiro requerimento para a realização da autopsia com base aos requisitos legais e outros juristas advertem que a PGR não tem directo de impedir a fotografia na autópsia.

    A PGR confirmou, entretanto, através de um comunicado ter recebido a reclamação e que ordenou “a realização do segundo acto médico-legal”, que estava previsto para dia 19, mas foi adiado por falta de comparência dos familiares do estudante e do seu advogado, Zola Bambi, que disse não ter sido notificado.

    Uma terceira tentativa aconteceu na passada segunda-feira, 23 que também não surtiu efeito pelo facto da PGR ter negado que se fotografasse a realização da autópsia.

    Alfredo Miguel Matos, pai, afirma que vai continuar a aguardar por uma autopsia exigida por lei.

    “Prometeram que vão resolver essa questão da fotografia e estamos à espera”, disse.

    Zola Bambi, membro da equipa de advogados de defesa, reitera a necessidade da autópsia “com a presença de um fotógrafo ligado ao Laboratório Central de Criminalística”.

    Entretanto, o jurista Manuel Pinheiro entende que a PGR “não tem o direito de proibir fotos no momento da autópsia”, no que é corroborado pelo também jurista Agostinho Canando, quem questiona o interesse da PGR em proibir fotografar o acto: “A Procuradoria teria esse direito com que fim, será algum delito na morte deste jovem?”

    Inocêncio Alberto Matos foi morto durante a manifestação de 11 de novembro contra o alto nível de desemprego e pela marcação das eleições autárquicas em 2021, alegadamente por um objecto contundente, segundo o médico que o atendeu no hospital, onde foi sujeito a uma intervenção cirúrgica.

    A família desde a primeira hora e colegas activistas apontaram o dedo à polícia e o pai condicionou o enterro à realização de uma autópsia independente.

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    FonteVoA

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