Foi a enterrar no passado dia 30 de Julho, uma das figuras emblemáticas da política angolana. O general Kundi Paihama foi ao longo da sua vida um activista da política e um nacionalista convicto. Despertou paixões e preencheu toda a linha de considerações positivas, sendo considerado um personagem a quem o bem foi pronunciado em primeira instância.
Os seus erros não superaram a grandeza dos seus actos, enquanto homem da política angolana, com um percurso dinâmico em vários segmentos da governação nacional. Político, governador provincial, ministro e membro da alta hierarquia do partido maioritário em Angola. Os seus inimigos baixaram a guarda, na descrição do seu perfil, considerando-o um homem de convicções profundas, no que a Angola diz respeito. A sua voz será recordada como um símbolo de bravura e determinação.
MOISÉS KAMABAYA
Outro símbolo do nacionalismo angolano, que se recolheu para a eternidade é Moisés
Kamabaya, aos 82 anos, por doença. A sua biografia descreve uma trajectória política aos ombros do partido UPA, que assumiu a sublevação armada de 1961, no Norte de Angola, tornando-o numa figura de proa, do movimento que leva o exército português, a concentrar todo o seu potencial, na defesa da jóia da coroa de Portugal continental que era Angola. O envolvimento na guerrilha não ofuscou o seu prestígio intelectual e a dimensão nacionalista das suas ideias, ao ponto de integrar as fileiras do MPLA, quando se fechou o campo de acção, no partido do Norte de Angola. Chegou a membro do Comité Central do MPLA e aí sentiu campo aberto para a explanação das suas ideias nos domínios político e intelectual. Afastado das lides, Moisés Kamabaya, deixou para a posteridade, testemunhos e escritos da sua passagem por Angola, Malanje em particular, onde nasceu, e viveu intensamente o sabor da liberdade. Construíu a casa onde viveu, na Sagrada Família e dedicou-se à literatura e à História em que se formou. Que a sua obra venha ao de cima e contribua para a descrição dos vários episódios que marcaram a luta pela independência de Angola.
APARATOSO ACIDENTE NA VIA EXPRESSA EM LUANDA
O acidente que vitimou mortalmente há 4 dias atrás, três pessoas na Via Expressa, e 8 feridos é um exemplo comum nas nossas estradas, escuras, esburacadas, mal organizadas e horrivelmente mal sinalizadas. Sem orelhões para serviços de emergência, sem bermas ou passeios de protecção.
Traduzem uma imagem da má qualidade das nossas ideias no que diz respeito à segurança, das estradas que usamos todos dias para comunicar com as necessidades existenciais. Devíamos ser condenados internacionalmente por termos vias que matam em vez de oferecerem segurança e confiança.
Com as estradas que temos podemos sair de casa sem a certeza de regresso. A morte mora nas estradas e não se faz nada, por enquanto, para as certificarmos com a qualidade exigida.
Que o digam os órfãos e estropiados nas vias, que fazem figas, para que aqueles que tanto roubaram ao erário público a construírem estradas, que são autênticos caminhos para o inferno, não voltem a merecer a confiança que neles se depositou.
Os responsáveis e entidades pela construção das novas vias de circulação devem estar identificados em cartazes públicos, com descrição do valor e natureza da obra, para que se tenha conhecimento e necessária responsabilização, em caso de reprovável conduta empresarial.
A sorte de tudo isto é o registo que se fez em vídeo, retratando uma realidade, que é tão comum nos filmes da nossa existência diária, ou seja: das mortes que acontecem quase todos os dias, por débil ou nula assistência.
ESTADO ASSUME TV ZIMBO E “O PAÍS”
Espera-se que o Grupo possa continuar a oferecer ao país a dinâmica a que nos habituou: um jornalismo interventivo e participativo, que dá a imagem real do país que somos. Com menos investimentos oferece a Angola uma dinâmica comunicativa atraente e senhora de grandes elogios. É o protótipo de outros caminhos que o nosso espectro comunicacional tem necessariamente que seguir. Modesto no sentir e no agir e grande no saber fazer. Os debates, as reportagens, as entrevistas traziam o símbolo da ousadia e do à vontade no respeito à lei e aos bons costumes angolanos. A Zimbo é assim. Põe Angola a falar. E isso é o que devemos ser, enquanto profissionais ligados a uma deontologia, que faz parte do nosso ADN. Que a Comissão ora nomeada para gerir os destinos desta Casa Grande de comunicação saiba salvaguardar a mística e o rigor profissionais. É o que todos desejamos!