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    Evacuação de acampamento de migrantes perto de Paris ou ciclo sem fim

    Um novo acampamento de migrantes, próximo de Paris foi desmantelado na manhã desta terça-feira. Segundo os especialistas das migrações e as organizações humanitárias, o mesmo acampamento ressurgirá num outro, enquanto não for reformada a política de acolhimento e alojamento para os migrantes.

    Os especialistas da imigração e as organizações humanitárias consideram que a decisão aplicada na terça-feira pelas autoridades francesas, não prolonga senão um ciclo interminável.

    De acordo com observadores, a evacuação de cerca de 2.400 exilados do seu acampamento, situado sob um ramal da autoestrada do norte, na região parisiense de Seine-Saint-Denis, não representa uma novidade.

    Desde que a crise migratória teve o seu auge em 2015, é o sexagésimo quinto grande desmantelamento levado a cabo em île de France, região parisiense, em cerca de 300 operações chamadas de “transferência para abrigo seguro”. Todavia após cada desmantelamento reaparece um novo acampamento, na maioria das vezes insalubre.

    Segundo um estudo realizado por associações de entreajuda, três residentes em cada quatro dos acampamentos, já tinham vivido antes num outro sítio desmantelado.

    De acordo com as organizações, Médicos Sem Fronteiras e Emmaüs, estamos perante um ciclo sem fim que é destrutivo.

    As duas associações e demais homólogas denunciaram na terça-feira, a inadequação e os desfuncionamentos do sistema de alojamento proposto aos exilados.

    No espaço de cinco anos, o dispositivo francês de acolhimento duplicou e está agora com uma capacidade para 110 mil lugares, mas o mesmo é constantemente superado pelo número de requerentes de asilo.

    Segundo François Heran, director de estudos sobre as migrações do Collège de France (Colégio de França),a França deve adoptar a mesma estratégia que a Alemanha, onde as associações humanitárias cristãs são capazes de propôr acolhimento, em caso de crise. Héran afirma que em França prevalece a ideia segundo a qual o Estado deve encarregar-se de tudo.

    Louis Barda da organização Médico do Mundo (Médecins du Monde), considera que há uma vontade política de perpetuar o ciclo infernal e de manter uma estratégia permanente de dispersão, de forma a dissuadir os migrantes de virem para a França.

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    FonteRFI

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