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    EUA: Tesouro norte-americano critica austeridade excessiva suportada pela periferia do euro

    Tesouro Norte-Americano (DR)
    Tesouro Norte-Americano (DR)

    Países como Alemanha e Holanda deviam seguir políticas mais expansivas para criar mais procura, ajudando a criar condições para que países como Portugal e Espanha não tivessem de se submeter a um ajustamento tão forte, escreve o Tesouro norte-americano.

    O Tesouro norte-americano considera que a Alemanha podia e devia ter feito mais para expandir a sua procura interna e criar condições para um aumento das exportações dos países da periferia. Não o tendo feito, o “Ministério das Finanças” dos Estados Unidos considera que o ajustamento realizado no seio da Zona Euro, no sentido de reduzir as disparidades entre os países que são cronicamente excedentários e os que são tradicionalmente deficitários na sua relação com o mundo, tem sido “de forma desproporcionada” suportado pelos países da periferia.

    Essa crítica, recorrente na Europa e em diversas correntes de pensamento económico, está expressa num relatório do Tesouro liderado Jack Lew que considera – agora de forma menos consensual – que os saldos externos que passaram a ser exibidos designadamente por Portugal decorrem do recuo das importações e não também do crescimento das exportações e de aumentos de quotas nos mercados internacionais.

    Segundo se lê no relatório, divulgado pelo Financial Times, a conta corrente conjunta da Zona Euro passou a exibir um excedente equivalente a 2,3% do PIB na primeira metade de 2013, quando estava próxima do equilíbrio entre 2009-2011. Isso deveu-se ao saldo positivo da Alemanha, que ficou acima de 7% do PIB –  “acima do da China”, sublinha o relatório –  e o da Holanda, que atingiu quase 10%. A ajudar à circunstância de a Europa ter agora uma relação superavitária com o resto do mundo estão também Irlanda, Itália, Portugal e Espanha que “estão agora todos com contas correntes também positivas em resultado do declínio da procura por importações”, fruto do “colapso da procura interna e das descidas salariais”, considera o Tesouro.

    Conclusão: “O fardo do ajustamento tem sido desproporcionadamente colocado do lado dos países da periferia da Europa, exacerbando o desemprego já extremamente elevado, especialmente entre os jovens”. Já o ajustamento da Europa no seu conjunto está essencialmente assente na procura vinda do resto do mundo, “em vez de decorrer da resolução de falhas na procura que existem dentro da própria Europa”.

    “Para facilitar o processo de ajustamento no seio da Zona Euro, os países com excedentes amplos e persistentes precisam de tomar medidas para estimular a procura interna e reduzir os seus excedentes”, sugere o Tesouro dos Estados Unidos, um dos países mais deficitários do mundo. (jornaldenegocios.pt)

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