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    Escola Mutu- ya- Kevela reabre como Magistério Primário

    A escola Mutu-ya Kevela, uma das primeiras da cidade de Luanda no tempo colonial e de maior dimensão, reabre este ano lectivo como Escola de Formação de Professores (Magistério Primário), anunciou nesta terça-feira, em Luanda, a ministra da Educação, Cândida Teixeira.

    Segundo dados da empreiteira, a estrutura antiga contava no seu todo com 56 compartimentos, sendo que no modelo actual passará a ter 49 salas de aulas, incluindo laboratórios para aulas práticas, uma sala de professores, um secretariado, igual número para contabilidade e reprografia.

    Conta ainda com uma enfermaria para primeiros socorros, uma cantina, uma sala de associação de alunos e uma de professores, duas salas de coordenação de pedagogia, vestiários para discentes, um wc para alunos com dificuldades de mobilidade, uma área de atendimento ao estudante e 4 campos desportivos.

    O Mutu-Ya-Kevela vai contar no seu corpo central com 2 pisos e uma cave, para a área técnica, sendo que o primeiro será para a área administrativa e de laboratórios, bem como algumas salas de aulas, e o segundo igualmente para salas de aulas e outros serviços adicionais.

    O antigo Salvador Correia, baptizado com o nome de Mutu Ya Kevela desde 1975, contava com mais de 40 salas de aulas.

    Até ao seu encerramento definitivo, em 2008, em função do estado de degradação em que se encontrava, o maior liceu de Luanda acolhia cerca de 6 mil alunos do quinto ao oitavo ano de escolaridade.

    Pelas salas de aula do Salvador Correia passaram alunos como Agostinho Neto, primeiro presidente de Angola, e José Eduardo dos Santos, actual Chefe de Estado, entre milhares de angolanos e portugueses que ali fizeram os seus estudos ao longo de várias décadas.

    As origens do Salvador Correia remontam a 25 de Abril de 1890, quando cerca de três dezenas de cidadãos se reuniram em casa de Caetano Vieira Dias e decidiram solicitar ao governo português a criação de um liceu nacional em Luanda.

    A ideia era criar um estabelecimento de ensino na capital angolana que ministrasse os programas em vigor nas escolas em Portugal, o que permitiria aos alunos transitar deste liceu para as escolas portuguesas.

    A criação desse liceu só veio, no entanto, a ser decidida a 19 de Fevereiro de 1919, quando o Conselho de Instrução Pública aprovou por maioria uma proposta nesse sentido apresentada por António Joaquim Tavares Ferro.

    Inicialmente denominado Liceu de Luanda, a escola começou por funcionar num edifício na baixa da capital angolana, assumindo em 1924 a designação de Liceu Nacional Salvador Correia de Sá e Benevides, numa homenagem ao homem que reconquistou Luanda para a coroa portuguesa em 1648 depois da cidade ter sido ocupada pelos holandeses.

    O actual edifício, situado no cimo de uma encosta que desce para o mar, começou a ser construído em Novembro de 1938, tendo a inauguração ocorrido a 5 de Julho de 1942.

    Em 1975, ano da independência de Angola, foi rebaptizado com o nome actual de Liceu Mutu Ya Kevela, em homenagem ao soba do Bailundo que liderou uma revolta contra as autoridades portuguesas em 1902 no planalto central de Angola.

    Foi classificado como Monumento Nacional por despacho n.° 47, de 08.07.1992. (Angop)

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