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    Encerra hoje a 10.ª Cimeira dos BRICS

    A 10ª Cúpula dos BRICS, que durante três dias aprecia temas de cooperação económica e desenvolvimento, encerra nesta sexta-feira, no Centro de Conferência de Sandton, com um encontro entre os líderes do grupo e as chefias africanas.

    Os participantes à Cimeira discutem, desde 25 de Julho, problemas candentes, como a industrialização, as novas tecnologias, o crescimento inclusivo e a manutenção de paz.

    No encontro de hoje, devem participar vários líderes africanos convidados, entre os quais os Presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi, com quem os BRICS vão reflectir sobre o papel de África e as oportunidades de integração.

    A agenda de trabalhos a que a Angop teve acesso indica que João Lourenço deve fazer uso da palavra, numa intervenção de cinco minutos, para apresentar a visão de Angola sobre África e os BRICS, grupo que representa perto de 23 por cento do PIB mundial.

    Esta 10ª Cimeira dos BRICS tem sido dominada, entre outros assuntos, pela problemática da guerra comercial entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China, consideradas as duas principais potências económicas mundiais.

    Em causa estão as medidas unilaterais do Governo de Donald Trump e o consequente aumento do proteccionismo nas relações comerciais, que tem merecido repúdio de vários actores políticos e instituições da Europa, da Ásia e da América Latina.

    A China, por exemplo, já reagiu à medida de agravamento das taxas de importação de produtos estratégicos, como o aço e alumínio, em 25 e 10 por cento, respectivamente.

    O “gigante” asiático anunciou taxas para produtos norte-americanos, em reacção à medida de Donald Trump, e pediu aos membros da Organização Mundial do Comércio que se unam solidariamente e resistam às práticas protecionistas dos Estados Unidos da América.

    A China elevou as tarifas em até 25 por cento sobre 128 produtos dos Estados Unidos, de carne suína congelada e vinho, além de certas frutas e nozes, medida que tem impactado em outros mercados e países emergentes, como o Brasil.

    A respeito dessa nova política tarifária da China, o Presidente do Brasil, Michel Temer, disse quinta-feira, em Joanesburgo, que pediu ao Presidente chinês, Xin Jinping, o fim da sobretaxa ao frango e ao açucar brasileiros.

    Temer disse à imprensa, à saída de um encontro com Xin Jinping, que pediu a apreciação de uma quota para a exportação de produtos processados derivados da soja, como óleo e farelo do grão.

    “Pedimos a ele que deixe um pouco de lado a sobretaxa em relação ao açucar e o frango”, referiu o Presidente brasileiro, sublinhando que o pedido foi recebido e Xin Jinping vai orientar as suas equipas técnicas para examinarem a questão dos elementos processados na soja.

    Já na reunião plenária que reuniu os chefes de Estado e de Governo dos BRICS, realizada à porta fechada, Temer defendeu a abertura comercial entre os países

    “Hoje, a regra geral é essa. Só somos competitivos quando somos abertos. Abertos a insumos sofisticados, a tecnologias mais avançadas, a ideias mais arejadas abertos, enfim, a mais investimentos e a mais comércio”, declarou o Presidente do Brasil.

    Entretanto, o ministro da Agricultura do Brasil, Blario Maggio, informou que o Presidente chinês disse pretender ampliar o mercado e deu garantias de que os assuntos apresentados por Michel Temer serão tratados com prioridade.

    Na presente Cimeira, a África do Sul propós cinco temas centrais para adopção: um grupo de trabalho sobre manutenção da paz; um centro de investigação e pesquisa de vacinas; o Fórum das Mulheres do BRICS; promover a parceria dos BRICS na 4.ª Revolução Industrial e a criação de um canal de cooperação do BRICS sobre Turismo.

    A 10ª Cimeira dos BRICS constituiu um “marco histórico” na cooperação destes países, “pois representa uma década de cooperação no mais alto nível.

    As autoridades sul-africanas, no âmbito do envolvimento dos BRICS com a África, convidaram ainda o Presidente Hage Geingob, da Namíbia, os Chefes de Estado do Gabão, Ali Bongo, de Angola, João Lourenço, de Moçambique, Filipe Nyusi, do Uganda, Yoweri Museveni, e do Ruanda, Paul Kagame.

    De igual modo, foram convidados todos os chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

    A esses juntaram-se o Presidente da Argentina, Mauricio Marci, que preside ao G8, e o da Turquia, Recep Erdogan, também convidados para a cimeira de três dias, como representantes das economias emergentes no quadro da iniciativa “Brics-Plus” (Angop)

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