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    Eleições legislativas no Irão registam 60% de participação

    Cerca de 60% dos eleitores votaram nas eleições legislativas realizadas na sexta-feira no Irão, cujos primeiros resultados oficiais não permitem por ora designar um vencedor.

    Com 27 cadeiras, ou seja, menos de 10% do total, os conservadores e os reformadores, os dois grandes adversários, obtiveram oito e quatro vagas, respectivamente.

    Uma cadeira foi para um candidato apoiado tanto pelos conservadores como pelos reformadores e oito para independentes, segundo a agência Isna.

    Os seis restantes serão atribuídos no segundo turno da votação, cuja data ainda não foi fixada.

    A votação é crucial para a manutenção da política de abertura do presidente moderado Hassan Rohani, que espera reforçar seu poder diante dos conservadores.

    As secções de votação fecharam mais tarde do que o previsto, devido ao grande fluxo de eleitores.

    Há quatro anos, a taxa de participação foi de 64,2% em todo o país, e de 48%, na capital, Teerão.

    Ao votar no Ministério do Interior, o presidente Hassan Rohani declarou que seu governo via nas eleições “uma imensa marca de confiança” e que o conjunto das instituições garantiria que fossem “legítimas e saudáveis”.

    Nas eleições, renovam-se os membros do Parlamento e da Assembleia de Especialistas, aqueles religiosos encarregados de nomear e substituir o guia supremo. Este último, Ali Khamenei, foi um dos primeiros a votar em uma mesquita situada no complexo onde vive em Teerão.

    “Todos devem votar, todos aqueles que amam o Irão, a República Islâmica, a grandeza e a glória do Irão”, declarou depois de votar.

    “Temos inimigos”, afirmou Khamenei sem citá-los, embora normalmente expresse seus receios em relação às potências ocidentais – especialmente os Estados Unidos -, acusadas por ele de realizar uma política de infiltração.

    Estas eleições são as primeiras desde o histórico acordo sobre o programa nuclear iraniano alcançado em Julho passado pelas grandes potências e por Teerão.

    O acerto deve permitir que o país abandone seu isolamento e reactive uma economia debilitada por quase dez anos de sanções internacionais.

    Algumas dessas sanções foram suspensas em meados de Janeiro com a entrada em vigor do acordo nuclear.

    Eleito em 2013, Rohani acredita em que este avanço inverterá a tendência a favor de reformistas e moderados, principalmente no Parlamento.

    Essa mudança e os investimentos estrangeiros decorrentes podem ajudá-lo a aplicar uma política de reformas económicas e sociais antes do fim de seu primeiro mandato, em 2017.

    Quase 5.000 candidatos

    Após a retirada no último minuto de 1.400 candidatos, os iranianos escolheram entre 4.844 candidatos, incluindo quase 500 mulheres, para renovar os 290 membros do Parlamento. Um total de 159 candidatos – todos homens – concorrem aos 88 postos da Assembleia de Especialistas. O mandato neste órgão é de oito anos.

    Nas últimas legislativas, em 2012, os reformistas boicotaram as eleições em protesto contra a reeleição do presidente ultra-conservador Mahmud Ahmadinejad em 2009, que consideraram fraudulenta. Deixaram, assim, o caminho livre para os conservadores. A participação na época foi de 64,2%. Desta vez, os reformistas participam das eleições e, para aumentar suas chances, apresentam candidatos comuns com os moderados (alguns deles conservadores).

    Os ex-presidentes Mohamad Khatami (reformista) e Akbar Hachemi Rafsandjani (moderado) pediram o voto maciço para os candidatos pró-Rohani para conter o extremismo.

    O Conselho dos Guardiões da Constituição, que supervisiona a votação e se encontra sob o controle dos conservadores, eliminou, por sua vez, os progressistas mais conhecidos. (AFP)

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