A eleição do ex-primeiro ministro português, António Guterres, ao cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) constitui um grande momento para a lusofonia.
Esta afirmação é do ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, à Televisão Pública de Angola (TPA), em “Grande Entrevista”, acrescentando que foi uma eleição brilhante.
“Nós no Conselho de Segurança da ONU trabalhamos muito sobre este tema e todas as nossas instruções foram directas para podermos eleger António Guterres. Sempre votamos nele e fomos reduzindo os nossos votos para com os outros”, disse.
“Penso que este é um grande momento para o mundo da língua portuguesa, também por ele ser uma pessoa de grande capacidade, daí a grande oportunidade para a promoção da língua portuguesa”, ressaltou.
De igual modo, referiu-se à expectativa da possibilidade de ver-se técnicos angolanos no secretariado da organização. “Já temos estado a reflectir um pouco para ver a que nível é que podemos nos integrar nela”, declarou.
Acrescentou que existem mais condições para poder-se resolver alguns problemas que não seriam mais fáceis de resolve-los em outras ocasiões.
Questionado também sobre os desafios actuais na União Africana, o ministro referiu que é a eleição do novo presidente da Comissão, que terá lugar em Janeiro de 2017, e para a qual já existem candidatos.
A campanha está a ser feita e, neste momento, ela é aberta, acrescentando que para comissários, o país possui dois candidatos, sendo um para a política e outro para agricultura.
“Neste momento existem seis candidatos, nomadamente, do Tchad, Quénia, Senegal e Guiné Equatorial, SADC e África Central”, explicou.
Por este motivo disse antever grandes negociações.
“Naturalmente que nós apostamos num candidato que possa garantir maior independência da Comissão, porque hoje podemos ver que os países mais poderosos gostariam também de controlar a mesma e queremos maior independência em relação a isso”, acrescentou.
Já em relação à criação de um grupo de peritos para a reformulação da União Africana, criada pelo Presidente do Ruanda, Paul Kagame disse: “Todo mundo quer a reforma, mas estamos com este problema desde que ela deixou de ser OUA, porque existe a questão de consolidar o seu mecanismos. Por vezes dizemos que temos comissário a mais, entre outros aspectos”. (Angop)