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    Duzentas mil pessoas estão infectadas

    Apesar do acesso à medicação com anti-retrovirais e das campanhas pelo uso de preservativos a Sida continua a ser uma ameaça Fotografia: Jornal de Angola

    A directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida (INLS), Dulcelina Serrano, disse ontem ao Jornal de Angola que mais de duzentas mil pessoas em Angola estão infectadas com o vírus da SIDA.
    A directora referiu que o país está preparado para atender estes casos, porque existe um grande número de unidades hospitalares especializadas. “Estimamos que o país tenha mais de 200 mil pessoas a viverem com SIDA. Neste momento, são conhecidos 120 mil infectados. Cerca de 77 mil estão em acompanhamento médico, dos quais 42 mil já iniciaram a terapia anti-retroviral”, afirmou a responsável do INLS.
    Dulcelina Serrano falou a este jornal à margem da abertura da Primeira Jornada Científica Sobre VIH/SIDA, sob o tema “Conheça o seu estado serológico”, que decorre na Escola Nacional de Administração (ENAD), organizada pelo Ministério da Saúde e o INLS, entre os dias 28 de Novembro e 2 de Dezembro.
    Dulcelina Serrano referiu que o vírus da SIDA afecta mais mulheres que homens “pela sua própria vulnerabilidade biológica”.
    “A proporção é de duas mulheres para um homem infectado. Mas o nosso histórico regista que as mulheres procuram mais as unidades de tratamento da SIDA. Para atender estes casos temos um conjunto de hospitais distribuídos por todo o país, que rondam os 140, para atendimento aos adultos infectados pelo VIH, e 133 para as crianças”, disse a responsável do INLS.
    A directora do Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA explicou que até ao dia 30 de Novembro, na Primeira Jornada Científica Sobre VIH/SIDA, vão ser ministrados vários cursos aos profissionais de saúde. Nesses cursos, disse, eles “vão interagir sobre temas importantes na abordagem do paciente com VIH, como o manuseio do adulto e da criança infectados e a gestão da hepatite.  A partir do dia 1 de Dezembro, o programa será mais social, com a intervenção de vários actores e parceiros da luta contra a SIDA”.
    Dulcelina Serrano salientou que quando se apanha o vírus do VIH, a pessoa está mais vulnerável a contrair infecções oportunistas, que “são normais em organismos com as defesas diminuídas”.

    O objectivo da Jornada Científica Sobre VIH/SIDA consiste em abordar, de maneira abrangente, as características principais da epidemia do VIH no Mundo e as suas particularidades em Angola. O encontro vai debater ainda os diferentes tópicos das experiências e dos desafios que o país, em geral, e os profissionais da saúde, em particular, colhem e enfrentam todos os dias. No evento vão ser ministrados cursos de “Manuseamento básico, infecção por VIH em pediatria”, “Epidemiologia”, “Microbiologia aplicada”, “Biologia molecular em VIH e interpretação de resultados”, “Hepatites virais”, “Nova abordagem de enfermagem em VIH/SIDA”, e “Aspectos psicológicos do paciente”.
    Os temas serão apresentados por prelectores angolanos e brasileiros. Dulcelina Serrano revelou que a infecção por VIH assumiu, ao longo de 30 anos, a dimensão de um dos maiores problemas de saúde pública a nível global, requerendo conhecimentos especializados e uma resposta internacional concertada.
    “Apesar da redução global do número de novas infecções, com uma estimativa feita pela ONUSIDA de um decréscimo de 17 por cento nos últimos oito anos, a epidemia permanece como uma ameaça à saúde e ao desenvolvimento, continuando a ser necessário intensificar os esforços em resposta aos grandes desafios que se impõem, nomeadamente: reduzir em 50 por cento o número de infecções por VIH transmitidas por via sexual; eliminar a transmissão vertical do VIH, mantendo as mães vivas; e tratar 15 milhões de pessoas infectadas até 2015, das quais quatro milhões são da responsabilidade dos Estados da região da SADC”.
    A directora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida, Dulcelina Serrão,  reforçou que as acções principais para o combate ao VIH/SIDA consistem na identificação precoce das infecções e no acesso universal ao tratamento com anti-retrovirais. Incluem, finalmente, a generalização do acesso às medidas de prevenção e na criação de uma rede de apoio e cuidados às pessoas com VIH.

    Fonte: JA

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