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    DNEA: Nova força política quer ser poder em Angola

    A Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos (DNEA) é a mais recente força política angolana que pretende ser poder ou equilibrar a Assembleia Nacional. Em vias de legalização no Tribunal Constitucional, este partido político  assume-se como uma forte concorrente aos partidos políticos já existentes, principalmente os ligados aos movimentos de libertação, nomeadamente, o MPLA, partido no poder desde 1975, a UNITA a segunda maior força da oposição angolana e a FNLA, há bastante tempo moribunda por causa das quezílias internas.

    Diniz Kapapelo

    Com as eleições gerais em 2022 e as primeiras eleições autárquicas, anteriormente, previstas para 2020, mas que, não chegaram a ser convocadas pelo Presidente da República, João Lourenço, em função da pandemia e, segundo denúncia dos partidos na oposição, de vontade política e ainda a reclamação dos próprios partidos na oposição, de vontade política novos partidos políticos vão surgindo na arena política nacional como alternativa para os angolanos aos partidos políticos existentes, cujos resultados, são sentidos no dia a dia, com o agravar da situação política, económica e social da maioria dos angolanos que clamam por dias melhores.

    É nesse clima que surge a Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos (DNEA), fundado a 07 de Janeiro de 2020, um partido com matriz filosófica de centro-direita e liderado por Mboso Camille para servir de alternativa dos angolanos que esperam ver os seus anseios resolvidos.

    Em entrevista ao Na Mira do Crime, Mboso Camille, que lidera a Comissão Instaladora, disse que já deram os passos para a legalização deste partido no Tribunal Constitucional, estando nesta fase a decorrer a recolha das assinaturas para a sua efectiva legalização.

    “Realmente já fomos credenciados como Comissão Instaladora, um acto que ocorreu há algumas semanas e, nesse preciso momento, estamos a reunir as condições exigidas para fazer a inscrição e consequente legalização como partido político no Tribunal Constitucional”, garantiu.

    Questionado que modelo de governação a DNEA vai adoptar caso venha a ser legalizado, Mboso Camille explicou que, em função da realidade Angolana, pensam em ter uma governação mais aberta e mais participativa em que, todo angolano, independentemente da sua origem, possa se rever.

    “Essa vai ser a nossa maneira de fazer todos os angolanos participarem de forma efectiva na vida pública. Nós não somos diferentes dos outros partidos, mas temos as nossas particularidades que queremos lançar para a melhoria das condições de vida do povo angolano”, sustentou, garantindo que isso só será possível se Angola deixar de ser dependente dos movimentos e dos acordos.

    “Pensamos tirar Angola da dependência dos movimentos e dos acordos porque, Angola ainda não conheceu a verdadeira democracia resultado da pressão dos movimentos históricos. Mas nós pensamos numa democracia plena e numa governação transparente que pode facilitar todas gerações de terem a sua expressão de forma livre”, garantiu.

    Mboso Camille líder da Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos (DNEA).
    (Diniz Kapapelo)

    “Temos como objectivo o poder”
    Camile afirma que a intenção é transformar a Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos em partido político que vai congregar os todos os cidadãos angolanos que não se reveem nas actuais formações partidárias.

    “Conhecemos bem a senda política angolana e conhecemos quase todas as realidades do País e se estamos aqui e, assumimos essa realidade é porque sabemos que viemos para ficar e não para desaparecer. A DNEA é um desafio para a mudança em Angola e temos a certeza que iremos atingir os objectivos que nós preconizamos que passa, sem sombras de dúvidas, ao alcance do poder em Angola ou ser uma oposição forte no parlamento angolano”.

    “DNEA é a solução para os problemas do povo angolano”
    Sobre a situação social dos angolanos, o líder da DNEA aponta a sua força política como a solução real para os problemas que afligem os angolanos e elenca alguns pontos que considera serem chaves para o seu sucesso.
    “Nós viemos para corrigir, nascemos para a mudança e reitero que a DNEA é a melhor expectativa para o povo angolanos em todos os domínios, quer seja, no domínio político, económico e social porque temos as melhores soluções para o povo angolano”, garantiu, acrescentando mais adiante que, diferente daqueles governantes que não conhecem a realidade dos angolanos a DNEA leva vantagem porque conhece bem a realidade do povo porque vive com ele nas comunidades, daí a facilidade para encontrar as soluções para resolver os problemas do povo.

    Conquista de mais militantes nas 18 províncias
    Num período em que o país se prepara para a realização das eleições gerais e as primeiras autárquicas que têm gerado muita controvérsia no país, o líder da DNEA garante que em termos de militantes já conseguiram cobrir todo País, tendo, nesse momento, membros e simpatizantes nas 18 províncias de Angola.
    “Estamos numa fase de campanha e de conquista para que outros militantes possam aderir também a causa da DNEA. Porque nadamos em cima das águas, temos um certo positivismo e temos a certeza que passaremos essa barreira porque somos capazes de reunir as condições indispensáveis para a nossa legalização e temos a certeza que não haverá impedimento algum”.

    Mboso Camille líder da Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos (DNEA).
    (Diniz Kapapelo)

    “Em Angola existe uma democracia fingida”
    Em relação a actual situação política do País Mboso Camille garante que é um pouco perturbada e, por isso, surge o seu projecto político para, aquilo que chama de, “repor a legalidade e levar a gestão da coisa pública em Angola na base dos ditames da Constituição”.
    “Tal como disse, queremos repor a legalidade, queremos uma Angola nova com uma democracia real e não uma democracia fingida como temos estado a viver até agora”.

    Agricultura como base para diversificar a economia
    Em relação a dependência de Angola ao petróleo, Camille garantiu que embora seja do domínio dos governantes actuais os modelos adoptados para a sua efectivação é que têm estado a falhar, sendo que, a diversificação da economia deve sair da retórica e do papel e passar à prática.

    “Reconhecemos que Angola não foi construída só com o dinheiro do petróleo nem dos diamantes. Angola foi construída também com o dinheiro do café, cuja base, foi a agricultura. É neste sentido que devemos apostar novamente nessas bases, porque de Cabinda ao Cunene, todos podem se rever na agricultura, não obstante o petróleo e o diamante serem também outras fontes de recursos”, apontou, sublinhando que, nem todo angolano pode participar no processo de extracção de petróleo, mas qualquer angolano se rever na agricultura.

    Nessa senda, acrescentou, a diversificação da economia deve ser uma realidade com o apoio das iniciativas privadas, não somente dando créditos, mas facilitando os sistemas económicos existentes.

    “Porque o que impede muitas vezes, a saída dessa situação, é a excessiva burocracia existente no País e alguns sistemas arcaicos de gestão utilizados no País, muitas vezes, impedem o desenvolvimento do empreendedorismo a nível do País. Achamos que, com a entrada em cena da DNEA, a situação estará resolvida na medida em que seremos a resposta para os problemas do povo angolano”.

    Mboso Camille líder da Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos (DNEA).
    (Diniz Kapapelo)

    Equilíbrio do Parlamento em 2022
    O Estado angolano não legaliza partidos políticos desde 2017. Até ao final do ano passado, o Tribunal Constitucional foi alvo de críticas por não reconhecer as 32 mil assinaturas recolhidas pelo Partido do Renascimento Angolano-Juntos Por Angola (PRA-JA Servir Angola), projecto político de Abel Chivukuvuku.

    Ainda no fim de 2020, o tribunal angolano credenciou várias comissões instaladoras, entre as quais do Partido Humanista de Angola (PHA), de Florbela Malaquias, e o partido Nacionalista para Justiça em Angola (NJANGO) de Dinho Chingunji, ambos antigos membros da UNITA, maior partido da oposição.

    Mboso Camille, que lidera a Democracia Nacional e Equilíbrio dos Angolanos diz que o seu partido tem um plano de acção baseado, primeiramente, na correcção dos erros do passado porque estão a ver os erros dos outros. Neste sentido, antes de avançarmos já sabem quais são as soluções a aplicar.

    “Se formos legalizados como partido político e concorrermos às eleições, já que o nosso objectivo é participar de forma activa nas eleições gerais em 2022 e nas eleições autárquicas, se vier a acontecer, nós temos dois ramos: queremos ser uma força no parlamento para criar o equilíbrio parlamentar e reforçar a Assembleia Nacional como interlocutores directos do povo angolano e também fazer com que Angola deixe de trabalhar com uma democracia forçada ou forjada pelos acordos históricos do passado, mas uma democracia plena e real onde a liberdade de expressão se faz realmente sentir”, garantiu, tendo enfatizado que isso só acontece com a participação de todos.

    Por outro lado, caso vença as eleições, a perspectiva é governar Angola com a participação dos angolanos em pleno, na medida em que, a tendência vai ser a integração de todos os angolanos no processo de reconstrução do País.

    “Tal como temos dito, Angola deve ser repensada, Angola deve ser renegociada, Angola deve ser renascida e restruturada”, apontou, como alguns pontos fundamentais em que a DNEA se assenta para levar avante o seu projecto de governação para Angola.

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