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    Despedimento colectivo na Soares de Costa avança nos próximos dias

    O Sindicato da Construção diz que vai chegar de Angola o dinheiro para avançar com a saída de 500 trabalhadores, anunciada em Dezembro que envolve mais de 15 milhões de euros.

    O presidente do Sindicato da Construção de Portugal disse esta quarta-feira que o anunciado despedimento colectivo de 500 trabalhadores na Soares da Costa avançará nos próximos dias, devendo a comunicação formal por carta aos trabalhadores acontecer a qualquer momento.

    “Infelizmente, a pior notícia aconteceu. Na segunda-feira o presidente executivo da Soares da Costa, Joaquim Fitas, ligou-me a dizer que, entre esta sexta-feira e a próxima terça, vai chegar de Angola o dinheiro para avançar com o despedimento colectivo de 500 trabalhadores, que envolve mais de 15 milhões de euros”, afirmou Albano Ribeiro em declarações à agência Lusa.

    Contactada pela Lusa, fonte oficial da construtora não avançou datas concretas, mas confirmou que “o despedimento colectivo já foi anunciado e vai avançar” nas próximas semanas, tal como estava previsto.

    “O processo não é para suspender. A reestruturação vai ser feita porque é a única forma de viabilizar a empresa, que não pode continuar a ter cerca de 300 pessoas em regime de inactividade, durante dois anos, a receber em casa sem trabalhar”, afirmou.

    Anunciado há vários meses pela administração da Soares da Costa,o despedimento colectivo abrangerá 500 trabalhadores,  entre os quais os cerca de 300 funcionários que se encontram em regime de inactividade.

    O processo não é para suspender. A reestruturação vai ser feita porque é a única forma de viabilizar a empresa, que não pode continuar a ter cerca de 300 pessoas em regime de inactividade, durante dois anos, a receber em casa sem trabalhar.
    FONTE OFICIAL DA SOARES DA COSTA

    Relativamente ao pagamento dos salários, a fonte da construtora disse terem começado agora a ser pagos os vencimentos de Fevereiro, com a prioridade a ser dada aos trabalhadores com rendimentos mais baixos.
    A este propósito, o presidente do Sindicato da Construção voltou a criticar o que considera ser um “tratamento discriminatório” entre os trabalhadores, já que os que se encontram em Angola contam já com três salários em atraso e os que recebem vencimentos superiores a 1.750 euros há três meses que apenas recebem esta quantia.
    “Se não há dinheiro para todos pagava-se, por exemplo, 50%, mas a todos. Porque as obras fazem-se com todos os trabalhadores”, sustentou Albano Ribeiro.
    O dirigente sindical anunciou ainda que, caso não sejam liquidados em breve os salários de Fevereiro, os trabalhadores das obras em curso na Ribeira e no futuro hotel Monumental, ambas no Porto, irão parar.
    Por considerar que a administração da Soares da Costa “tem coisas para explicar”, o presidente do sindicato diz ter enviado na terça-feira “um pedido de audiência de carácter urgente” ao primeiro-ministro, António Costa, para a qual pretende “convidar trabalhadores e a administração” da empresa.
    “Temos que saber se a administração a Soares da Costa se tem apresentado a concursos, porque há por aí obras que estão a avançar e empresas que estão a ganhar concursos”, disse, considerando ainda que a manutenção, há dois anos, de 300 trabalhadores em regime de inactividade “parece uma má gestão de recursos”.

    De acordo com o dirigente sindical, “se não houver uma reacção célere da parte do primeiro-ministro”, o sindicato irá “marcar um plenário com os trabalhadores para tomar uma decisão, provavelmente de ida a Lisboa, para a porta” de António Costa, “para que ele seja sensível, porque se está a falar de 500 postos de trabalho”.
    Com prejuízos acumulados superiores a 60 milhões de euros, a Soares da Costa é controlada em 66,7% pela GAM Holdings, detida pelo empresário angolano António Mosquito, que entrou no capital da construtora no final de 2013, sendo os restantes 33,3% da SDC Investimentos (ex-Grupo Soares da Costa), estando neste momento a ser negociados com a GAM.

    LUANDA PASSA A SER A SEDE OPERACIONAL DA SOARES DA COSTA

    Joaquim Fitas assumiu a presidência executiva da construtora controlada por António Mosquito. O grupo passa a ter o continente africano como mercado prioritário e Angola como novo centro estratégico de negócio.

    Edifício Largo do Ambiente, do portfolio da Soares da Costa. (Foto: D.R.)
    Edifício Largo do Ambiente, do portfolio da Soares da Costa.
    (Foto: D.R.)

    A reestruturação da Soares da Costa  “assenta na definição de África como mercado prioritário e Luanda como novo centro estratégico do negócio do grupo”, avançou a empresa em comunicado, onde refere que a nova orientação passa também pela captação de novos contratos de engenharia e pela redução de custos.

    O grupo anunciou que os accionistas da Soares da Costa Construção decidiram proceder a uma recomposição do conselho de administração da empresa e nomear Joaquim Fitas como novo presidente da comissão executiva da construtora.

    António Mosquito mantém-se como presidente do conselho de administração, assumindo Joaquim Fitas e António Gomes Mota os cargos de vice-presidentes. Integram, ainda, o conselho de administração Paulo Leal, Daniel Pinto da Silva e Fernando Nogueira.

    Já a comissão executiva, além de Joaquim Fitas como CEO, será composta por Fernando Nogueira, Paulo Leal e Daniel Pinto da Silva.

    “A Soares da Costa Construção é uma grande construtora, presente em vários países, e queremos, agora, dar uma nova orientação estratégica à empresa, assumindo-se Luanda como sede operacional”, disse Joaquim Fitas, CEO da Soares da Costa Construção, citado no mesmo comunicado.

    O novo CEO da construtora desempenhava até agora o cargo de administrador da empresa Angolana Omatapalo-Engenharia e Construção. Com experiência no sector das águas, desempenhou funções como presidente da Águas de Angola, Se foi administrador da Águas de Moçambique. Joaquim Fitas desempenhou ainda cargos de direcção na Águas de Portugal e na EPAL.

    Há um ano o empresário angolano António Mosquito passou a controlar a construtora, assumindo 66,7% do capital. (jornaldenegocios)

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