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    Desminados mais de 37 milhões metros quadros em 11 anos

    Pelo menos 37 milhões, 335 mil e 565 metros quadros foram desminados na província do Cuando Cubango, num total de 537,5 quilómetros limpos de minas antipessoal, antitanque, engenhos não detonados, desde1996 a 2017, revelou hoje, sexta-feira, o chefe de departamento do Instituto Nacional de Desminagem, Paulo Taukondjele.

    Em declarações à imprensa, para fazer um balanço dos trabalhos efectuados nos últimos anos, o responsável avançou que neste período foram removidos e destruídos duas mil e 180 minas antipessoal, 463 minas antitanque e 155 mil e 252 uxos (outros engenhos não detonados), resultante da desminagem de 98 áreas a nível daquela região do país.

    Avançou que o processo de desminagem, a nível do Cuando Cubango, encontra-se paralisado há seis meses, por falta de recursos financeiros, adiantando que neste preciso momento a província conta com três brigadas de desminagem das Forças Armadas Angolanas (FAA), estacionadas no Triângulo do Tumpo, no município do Cuito Cuanavale, e uma do Instituto Nacional de Desminagem.

    “Estas brigadas estavam engajadas no processo de desminagem naquela municipalidade. Do que estava previsto, eram 73 milhões de metros quadrados, destes 52 milhões já foram concluídos, como prioridade do projecto do Triângulo do Tumpo, que permitiu conclusão da terraplanagem do primeiro até ao terceiro tanque”, explicou.

    Nesta altura, prosseguiu, as três brigadas de engenharia das Forças Armadas Angolanas (FAA), uma do INAD e uma outra da Polícia de Guarda Fronteira, afectas à Comissão Executiva de Desminagem, têm os trabalhos paralisados há seis meses.

    Segundo informou, as brigadas ainda permanecem no Cuito Cuanavale, mas o trabalho propriamente dito não está a ser efectuado por falta de recursos financeiros, numa altura em que ainda existe um projecto, de âmbito central, da desminagem do troço Cuito Cuanavale/Kujamba/Mavinga, cerca de 200 quilómetros, para posterior asfaltagem.

    Referiu que para a população deslocar-se do Cuito Cuanavale a Mavinga leva dois a três dias, no percurso de 200 quilómetros, tratar-se de um troço muito arenosa.

    Referiu que, se o troço for desminado, uma vez que tem uma zona considerada internacional que encontra-se minada, e asfaltado, o tempo será encurtado.

    Mais atenção ao processo

    Sem especificar a quantidade de áreas e zonas totalmente identificadas, Paulo Taukondjele confirmou que no Cuando Cubango tem vários campos minados em função do trabalho feito pela equipa de levantamento, pesquisa e controlo de qualidade.

    Defendeu que esse processo precisa de uma atenção especial do Executivo central e do governo provincial, numa altura em que a desminagem da zona do interposto de madeira está igualmente paralisada há dias, por causa da falta de combustível para abastecer as máquinas que facilitam o processo, apesar de ter havido promessa por parte do empreiteiro da obra.

    Disse que a empresa chinesa contratada pelo governo para o efeito e que está a efectuar um trabalho empírico, porque os técnicos do INAD fizeram, no local, arredores da cidade de Menongue, um levantamento, em que foi possível determinar a existência de minas superficialmente e que carecem da sua remoção, porquanto pode haver um acidente fatal com mina e constitui uma grande preocupação.

    De acordo com a fonte, a actividade de desminagem não pode estar parada porque está em causa o desenvolvimento do país, desde a construção de infraestruturas sociais e rodoviárias depende em grande medida da desminagem e o governo investiu muito na aquisição dos equipamentos de desminagem.

    Garantiu que no Cuito Cuanavale o INAD tem equipamentos e com a tecnologia de ponta para o processo de desminagem, mas que os efectivos da instituição estão neste constrangidos com a paralisação da desminagem, apesar de o governo garantir salários aos funcionários, mas os equipamentos estão parados.

    “Aqueles que têm o poder de decidir devem olhar para o Cuando Cubango com esta preocupação porque ainda encontra-se muito minada”, apelou.

    Avançou que, em função das recentes orientações do ministro da Construção, o INAD já fez o plano de implementação onde consta todas as necessidades para a desminagem do troço Cuito Cuanavale/Mavinga, mas sem resposta até ao momento.

    O INAD trabalha com brigada canina (cães), manual (sapadores) e a mecanizada (máquinas), preparadas para corresponder, caso haja financiamento para o efeito, com os propósitos do governo de clarificar as zonas minadas a nível daquela região do país.

    Áreas beneficiárias do processo efectuado no período em causa

    O processo de desminagem em referência foi executado na ex-base logística militar (FAA), na ponte da linha Férrea do Cuelei, na Caíra Catava, na captação de água no município de Nankova, no aeroporto Comandante Kwenha, no troço rodoviário Katuitui-Savate, no troço Menongue-Caiundo, na reserva fundiária do Mupambala, nas alfândegas do Katuitui, Cuangar e do Calai.

    Abreangeu ainda as alfândegas do Mucusso (Dirico), a instalação da fibra óptica no troço Menongue/Tchitembo (Bié), a reabilitação da mini hídrica do Liapeca, do Cuelei, a desminagem das pontes sobre os rios Kwebe, Kuvango, Luassingua, do troço Cuangar/Calai, Cuangar/Rito, Luanssingua/Longa, construção da escola do I e II níveis na comuna do Missombo e desminagem da área agrícola da 2ª fase da Fazenda Longa.

    Consta igualmente, a desminagem do troço Cuchi/Chinguanja, da área para construção de 200 casas para os funcionários dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmdes, delimitação do perímetro da Igreja Católica do Marcolino, construção do ramal logístico da Sonangol, da central térmica no Cuito Cuanavale, da área de exploração de inertes/jazida, de acções pontuais em diversos pontos dos municípios da província, entre outras áreas anteriormente minadas.

    As acções operacionais de desminagem foram antecedidas por palestras de educação sobre o risco de minas, tendo sido sensibilizados, ao longo do período em referência, quatro mil e 48 homens, seis mil 662 mulheres e 15 mil 594 crianças, com um total de 26 mil 304 populares. (Angop)

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