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    Cuemba ergue um novo hospital regional

    Os trabalhos de terraplanagem do local onde em breve começa a ser erguido um novo hospital regional já começaram. Construído no centro da sede do município do Cuemba, mesmo ao lado do actual hospital municipal, o novo grande estabelecimento sanitário vai servir as populações das províncias do Bié, Malange, Moxico e Kuando-Kubango. No local, a movimentação de homens e máquinas é intensa para, até final deste ano, a obra ficar concluída. O hospital regional vai aumentar a capacidade de internamento, ao juntar-se à actual unidade municipal, que possui apenas 30 camas.
    O director do hospital municipal do Cuemba, José Sachilemo Elombo, explica que o hospitalar municipal deixou de ter capacidade para atender os pacientes, razão pela qual os casos mais graves do Cuemba são transferidos para o de Camacupa ou do Cuito.
    Por isso, considera que a construção deste hospital regional, que se situa num dos principais corredores ferroviário e rodoviário do país, vai melhorar o serviço prestado e reduzir os casos de mortalidade materna e infantil.
    As obras consistem essencialmente na construção de um novo bloco de atendimento externo, dotado dos serviços de farmácia, raios X, oftalmologia, estomatologia, enfermaria de pediatria, maternidade e pequena cirurgia.
    Vai possuir ainda duas salas de operação, um bloco administrativo e uma morgue.
    “O novo hospital vai melhorar o atendimento aos pacientes, uma vez que o actual se tornou pequeno para atender a população”, refere José Sachilemo Elombo, para quem a nova unidade vai mudar a realidade da assistência médica e medicamentosa das quatro províncias, que vão ser beneficiadas por uma estrutura que está a ser preparada para atender um grande número de doentes.
    A população em geral, e principalmente os doentes do actual hospital, aguardam com expectativa a conclusão do hospital regional.

    Maria Jamba, de 35 anos, a viver há dez no município do Cuemba, onde exerce actividade comercial, confessou ao Jornal de Angola ­haver uma “grande expectativa”  entre as pessoas. “A população está informada da construção do novo hospital e sabemos que vai ter serviços que o actual não tem”, referiu, enquanto acompanhava o pai, vítima de uma fractura no braço direito devido a uma queda. “É uma obra de louvar”, acrescentou.
    A administradora municipal, Laurinda Capocolola, explicou que a ideia é construir naquela localidade um hospital com estrutura suficiente para atender a procura de toda a região Centro, Sul e Leste do país.
    “O novo hospital vai ter muitos serviços, como o bloco operatório, que não temos no actual hospital municipal”, refere.
    A par desta obra, o Cuemba registou, desde 2008, um significativo aumento da construção de centros de saúde em comunas que anteriormente não tinham qualquer apoio sanitário, como foi o caso das comunas do Luando, Sachinemuna e Munhango e postos de saúde nas povoações de Chedumba, Cariata e Nhacadombe.
    “Foram construídos centros e postos de saúde em pontos estratégicos do nosso município, de onde vem o maior fluxo de pessoas em busca de assistência médica e medicamentosa”, explica a administradora Laurinda Capocolola.

    Sistema de ensino

    O sector da educação é outra área que regista grandes progressos. De uma escola de construção definitiva com apenas uma sala, em 2008, Cuemba tem hoje 14 estabelecimentos de ensino para um universo de 20.824 alunos, da primária ao ensino médio.
    “Temos 738 professores para atender esse número de alunos”, diz com satisfação a administradora.
    Apesar desses números, o Executivo continua apostado em aumentar a rede escolar no Cuemba, com a construção de mais 14 salas, que vão albergar, já no próximo ano, 448 crianças que têm estado fora do sistema de ensino.

    Habitações sociais

    No âmbito do Programa Nacional de Habitação e Urbanismo do Executivo, o município beneficia de 200 fogos. Numa primeira fase, estão a ser concluídos os primeiros cem destinados à população local, principalmente a juventude.
    Laurinda Capocolola explica que as casas erguidas também vão servir para os quadros indicados para trabalhar no município. Independentemente dos 200 fogos que estão a ser construídos, o município cresceu muito nos últimos quatros anos. Nas sedes comunais foram construídas casas para os técnicos, centros de saúde e escolas. “Nunca o Cuemba cresceu como hoje. São os ganhos da paz, é com a paz que tudo é possível para o desenvolvimento do nosso país, em particular o município do Cuemba”, diz Laurinda Capocolola.

    Mais fácil transitar

    A construção da estrada que liga o Cuito ao município, passando por Catabola e Camacupa, está em curso. Neste momento, as empresas encarregadas das obras estão a concluir a ponte definitiva sobre o rio Lucerei e assim que terminem as máquinas começam a intervir na via principal, que liga Cuito à província do Moxico, e nas outras secundárias que dão acesso às comunas do Cuemba.
    Enquanto a estrada asfaltada não chega, o início da fase comercial do comboio dos Caminhos-de-Ferro de Benguela já é motivo de alegria para os seus 70.876 habitantes, distribuídos por uma extensão de 13.250 quilómetros quadrados. O comboio técnico já atingiu a província do Moxico.
    António Calembe, professor do ensino primário, explica que a chegada do comboio constitui um “alívio”, porque que vai reduzir os custos da viagem entre aquela localidade e o Cuito.
    “Uma ida e volta são cinco mil kwanzas. Se fizer duas viagens num mês já são dez mil. Mas, com a chegada do comboio, as coisas estão mais facilitadas”, realça. Além disso, este professor vê-o como um sinal de que a conclusão da reabilitação da estrada entre o Cuito e o Cuemba está também cada vez mais próxima.
    “O comboio, que esteve inutilizado durante longos anos, já chegou. A estrada, que sempre utilizámos, em breve fica concluída”, diz com satisfação António Calembe, que mesmo com as dificuldades antes existentes em termos de circulação rodoviária, aceitou deixar a família na cidade do Cuito e percorreu cerca de 150 quilómetros para se instalar no Cuemba e transmitir os seus conhecimentos a milhares de crianças.
    “Sou professor do ensino primário, lecciono a 6ª classe, e vim parar ao Cuemba. Fiz o concurso público no Cuito e depois de aprovado fui enviado para aqui, porque estavam a ser precisos quadros, principalmente professores”, explica ao Jornal de Angola. Arão Albano, farmacêutico, é outro morador no Cuemba que vê a chegada do comboio como mais um sinal do crescimento que o país tem estado a registar. “Aqui no município as pessoas estão a viver bem, temos água, energia, escola para os nossos filhos, hospital e agora o comboio também chegou”, diz, regozijado, este natural da comuna do Cariata, onde nasceu há 57 anos. A administradora municipal diz que o apitar do comboio é um valor acrescentado para o Cuemba, onde a população está motivada para conhecer outros pontos do país. “O Cuemba cresceu muito. Com excepção da sede do município, não havia qualquer sistema de água nas comunas. Hoje temos nas sedes comunais. São os ganhos da paz. Há um desenvolvimento importante em comparação a 2008”.

    Produção de arroz

    O município está apostado em ser uma referência na produção de arroz no país. Neste momento, está a ser preparada uma área para cultura na comuna de Sachinemuna, que no tempo colonial foi uma grande produtora deste grão.
    “Estamos a incentivar o cultivo do arroz, apesar de no princípio os camponeses terem ficado desmotivados devido à falta de escoamento do campo para os grandes centros de consumo”, explica a administradora municipal.
    Face a essa preocupação, a administração local tem sensibilizado os comerciantes a adquirirem a produção nacional. Nesse sentido, as 40 associações e quatro cooperativas de camponeses estão motivadas para aumentar a produção agrícola e já entregaram processos nos bancos para acederem ao Crédito Agrícola de Campanha. Além do arroz, o município do Cuemba produz em grande escala mandioca, milho, feijão e hortícolas.

    Fonte: JA

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