Comentadores entendem que o Estado não deve intervir na situação do BES
Questionado sobre o facto de a crise no Grupo Espírito Santo poder contaminar a economia, Lobo Xavier foi muito claro: “Já vimos efeitos de curto prazo. Já vimos o que aconteceu aos pequenos accionistas da PT e do BES e já não há nada que lhes possa evitar os prejuízos, já vimos o que aconteceu aos juros e já vimos o impacto que a situação no BES teve nos média”.
“Parece um filme dos anos 20 nos Estados Unidos”, acrescentou.
Para António Costa “toda esta história inspira os maiores receios”. O presidente da Câmara de Lisboa fala mesmo em “imprudência: do banco de Portugal, da troika, do governo, de todos…”, afirmou.
“É importante que haja uma separação entre a instituição financeira e os accionistas e os respectivos negócios”, sublinhou.
Segundo ele “há muita confusão entre o património dos accionistas e os interesses da instituição financeira”.
“O Estado não tem de assumir as dores dos accionistas cujos negócios não correram bem”, destacou.
Já Pacheco Pereira preferiu falar em “ética social”, dizendo que os responsáveis “não viram aquilo que não queriam ver”, acabando por levar “à destruição da imagem da empresa”, lembrando os casos do BPN e do BPP.
Segundo o comentador, “os de cima fizeram isto com a maior das impunidades e vão continuar porque têm muitos recursos, porque, provavemente, têm os melhores advogados do mundo…”. Para ele “Portugal está doente” e “os de cima” são sempre poupados.
Pacheco Pereira criticou ainda Passos Coelho pelo facto de não ter tido “uma palavra sobre o aspecto da ética social”, acrescentado que “vão continuar a sentar-se à mesa”.
“É só passar a tempestade e tudo continua na mesma”, terminou. (ionline.pt)
por Cláudia Reis