Em um comunicado, os europeus reconheceram a necessidade da operação para preservar a estabilidade financeira, mas salientam que a decisão é “temporária”, pedindo que a Bélgica apresente um novo plano de reestruturação em um prazo de seis meses.
O grupo Dexia não resistiu à crise das dívidas soberanas desencadeada pela recessão grega, apesar de uma injeção de capital em 2008. Sem liquidez para dar continuidade às suas atividades, a solução encontrada pela França, a Bélgica e Luxemburgo, que socorreram o Dexia há três anos, foi o desmantelamento do banco em três partes, anunciado no dia 10 de outubro. Na ocasião, o ministro belga das finanças, Didier Reynders, declarou que estatizar o banco era a única solução para a instituição se manter em funcionamento.
O plano prevê a cessão da filial belga do Dexia à Bélgica e a venda da filial de Luxemburgo para investidores do Qatar, além da cessão da atividade de crédito das administrações regionais francesas para uma nova estrutura, formada por duas instituições públicas. Um dos objetivos desse banco residual é isolar os ativos tóxicos da instituição, que possui muitos títutos de governos que tiveram a nota de classificação de risco rebaixadas. França, Bélgica e Luxemburgo disponibilizariam, no total, cerca de 90 bilhões de euros para o grupo, em dez anos.
A proposta foi discutida nesta segunda-feira na Assembleia Nacional francesa. Os deputados aprovaram o plano de retificação do projeto de lei que garante a participação francesa na recapitalização do Dexia, avaliada em 33 bilhões de euros. A lei também prevê um empréstimo que seria concedido pelo Dexia à CDC, a Caixa Econômica Federal francesa, de cerca de 10 bilhões de euros, sendo que 70% seriam assegurados pela França.
Taíssa Stivanin
Fonte: RFI
Foto: Reuters