A Igreja Católica deu hoje o seu apoio ao combate à corrupção em Angola mas avisou que vai levar muito tempo e que não pode ser selectiva.
A declaração foi feita pelo arcebispo do Saurimo D. Manuel Imbamba no final de uma reunião da Conferência Episcopal de Angola e SãoTomé, CEAST, em que devido à pandemia do coronavírus foi decidido anular o ano lectivo dos seminários de filosofia e teologia excepto para os finalistas.
A conferência decidiu também confirmar como director geral da Rádio Eclésia, o Padre Augusto Epalanga.
Durante uma conferência de imprensa após a leitura do comunicado final, o Arcebispo Manuel Imbamba disse que a Igreja está consciente que “não é um combate fácil sobretudo porque é um meio que se foi instalando no nosso meio durante muito tempo” e os angolanos “estão habituados à corrupção”.
“O seu combate vai levar muito tempo porque vai exigir em primeiro lugar uma verdadeira mudança de mentalidade e uma conversão pessoal”, disse o Arcebispo para quem esse combate “exigirá também dos gestores públicos uma consciência patriótica renovada”.
O Arcebispo sublinhou que o combate à corrupção exige também “um sistema de justiça forte… capaz de tratar da mesma maneira rico e pobre”.
D. Manuel Imbamba fez notar que a Igreja já tinha anteriormente avisado e o combate à corrupção deve ser levado a cabo de modo a preservar a paz e a evitar-se “vinganças no futuro”.
A justiça deve olhar para todos de modo igual “evitando aquilo que possa ser uma tendência mais ou menos selectiva” mas sabendo que “é um mal a combater e portanto que haja justiça para todos”.
A perservação da paz “tão duramente alcançada que continua ainda em processo de consolidação” e da reconciliação nacionaldevem ser também prioridades.
O Arcebispo sublinhou a este respeito a existência já de comissões a trabalhar “para reconciliação da própria história recente de Angola”.
Assim, no combate à corrupçao devem-se usar “meios que ajudem a unir e nã a separar esta povo sofrido”
Dom Manuel Imbamba disse que esse combate deve também ter em conta “o momento actual em que vivemos” e para isso pensar na “salvaguarda dos empregos, a salvaguarda de alguma estabilidade económica”.
O Arcebispo do Saurimo disse ainda a que “o estado precisa de afinar mais os mecanismos de controlo, de fiscalização e de vigilância” e nesse sentido elogiou os governadores que têm tido a coragem de apontar erros e corrigi-los. A este respeito fez menção do governador do Uíge.