A sede municipal da Ganda, província de Benguela, encontra-se há cinco dias sem o fornecimento de energia eléctrica, devido a falta de combustível (gasóleo) para alimentar os cinco grupos geradores ali instalados, soube-se hoje.
Segundo constatou esta terça-feira a Angop, a falta de energia eléctrica está a criar vários constrangimentos aos sectores social e económico, situação que está a agastar os munícipes, sobretudo por verem os seus produtos (maioritariamente frescos) a se deteriorar.
Na mesma senda, as emissões de rádio e o funcionamento de alguns estabelecimentos de ensino, comerciais e de restauração, também estão afectados.
Com capacidades que variam de 170 a 560 kva, os grupos geradores agora inoperantes garantem o fornecimento de energia ao centro da cidade, 200 fogos habitacionais e bairros periféricos, e consomem em média mil e 700 litros de gasóleo/dia.
Apurou-se que a Sonangol fornece em média 30 mil litros de gasóleo/mês, na base de um contrato com a administração local e a ENDE, quantidade considerada aquém das necessidades.
Contactado pela Angop, o director dos Serviços de Fiscalização da administração local, Alberto Kadimba, explicou que a referida quantidade de combustível serve ainda para abastecer as viaturas desta instituição e outros dois mil litros são distribuídos a quatro comunas/mês, havendo um deficit de 35 mil litros para satisfazer a demanda.
Apontou ainda o estado obsoleto dos equipamentos, entre grupos geradores e rede de distribuição, associada a falta de postes de transformação de energia, como outras causas das restrições no fornecimento de energia na Ganda.
Na sua óptica, a recuperação da mini-hídrica da fazenda “Sisalana”, cuja execução dos trabalhos aguarda por financiamento, bem como a ligação à barragem hidroeléctrica do Lomaum, poderiam minimizar o problema.
Além disso, Alberto Kadimba considera que a comparticipação dos consumidores tem sido ínfima para cobrir as despesas com o combustível.
Referiu que, com o funcionamento destes grupos geradores, foram efectuadas até ao momento 756 ligações domiciliárias, bem como a escolas do I e II ciclos e em algumas áreas de prestação de serviços públicos e privados.
Segundo o responsável, o governo concebeu um projecto, iniciado em Maio de 2017, para electrificação do município da Ganda, estando os trabalhos actualmente paralisados devido a falta de verbas e que inclui a construção de uma central térmica acoplada a dois grupos geradores com capacidade de mil e 250 kva cada.
Alberto Kadimba disse que o referido sistema comporta dois tanques reservatórios de combustíveis com capacidade de 40 mil litros de gasóleo cada, dai que a concretizar-se, a produção energética poderá melhorar nos próximos tempos em termos.