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    Campanha do caju arranca com novas regras na Guiné-Bissau

    Governo proíbe operadores internacionais de comprarem directamente ao produtor e críticos falam em “proteccionismo desnecessário”. Associação de agricultores espera “boa campanha”.

    O Governo da Guiné-Bissau abriu oficialmente esta sexta-feira (31.03) a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação, perante novas regras impostas pelo ministro do Comércio, Vítor Mandinga.

    Segundo o Governo, apenas comerciantes com a nacionalidade guineense poderão comprar a castanha directamente ao produtor. Os críticos da medida entendem que se trata de um “proteccionismo desnecessário”, mas o ministro do Comércio e Promoção Empresarial, Vítor Mandinga, autor da lei, sublinha que “comércio livre não significa ausência de regras”.

    Segundo Mandinga, a qualidade do caju da Guiné-Bissau faz com que haja muita procura do produto no mercado internacional, onde o país é cotado como o quinto maior produtor mundial e segundo africano.

    Aumento dos preços e do controlo

    O ministro do Comércio afirma que a qualidade permite à Guiné-Bissau praticar um preço “relativamente mais alto” em comparação com países africanos ou asiáticos.

    Um quilograma da castanha passa a ser comprado ao produtor por 500 francos CFA (cerca de 0,76 cêntimos), em vez de 350 francos CFA. O presidente da associação dos agricultores da Guiné-Bissau, Jaime Gomes, considera que “o preço é justo” e que os camponeses esperam ter uma boa campanha.

    O ministro Vítor Mandinga acredita que se o país mantiver o nível de “boa qualidade” do seu caju estará sempre em condições de pedir melhores preços aos compradores internacionais, pelo que, afirma, se justificam as regras impostas este ano pelo Governo.

    O ministro guineense, um conhecido operador do sector do caju, classifica como corajosas as medidas adoptadas pelo Executivo guineense. Mandinga defende que as novas regras vão contribuir para o aumento do controlo ao fisco, proporcionar maior arrecadação de receitas ao Estado e promover o emprego dos jovens e das mulheres guineenses.

    Só em taxas alfandegárias com a exportação do caju, estima o ministro, o Governo irá receber cerca de 11,2 milhões de euros.

    As novas regras no sector do caju, considera ainda Vítor Mandinga, irão apertar ainda mais o circuito do branqueamento de capitais, ao obrigarem os operadores económicos a realizarem as suas transacções através dos bancos.

    “Made in Guiné-Bissau”

    Segundo o ministro do Comércio, parte do caju do país será transformado localmente em amêndoa para ser exportada, pela primeira vez, com o selo “made in Guiné-Bissau”.

    Vítor Mandinga indicou que o laboratório de certificação de qualidade de origem já se encontra montado na capital guineense e que técnicos vietnamitas vão prestar apoio aos guineenses no trabalho com as máquinas.

    “Tolerância zero à saída clandestina do caju guineense para o exterior” é o lema da campanha que decorre até Setembro.

    O Governo estima que 50 mil toneladas de castanha do caju saem da Guiné-Bissau através do circuito do contrabando para países vizinhos. O Executivo quer exportar pelo menos 200 mil toneladas de caju. (DW)

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