Sábado, Maio 25, 2024
15.1 C
Lisboa
More

    As três condições colocadas pela China à chanceler Merkel

    “É provavelmente ainda muito cedo para falar de um investimento da China no Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). Primeiro, os países com problemas deverão ajustar a sua estrutura industrial e realizar mais esforços para equilibrar o orçamento. Entretanto, no curto prazo, o Banco Central Europeu terá de desempenhar um papel muito mais ativo”, recomenda Xu Hongcai, diretor-adjunto do poderoso think tank China Center for International and Economic Exchanges (CCIEE).

    Este professor de Finanças da Universidade de Economia e Gestão da capital chinesa, autor de “As estratégias financeiras do nosso grande país”, publicou na quinta-feira um artigo no “Asia Pacific Memo”, intitulado sugestivamente “Por que razão a China não está a comprar os títulos para resgates na zona euro (ainda)”. O “memorando 128” surgiu precisamente durante a estadia da chanceler alemã Ângela Merkel em Beijing. Merkel deslocou-se hoje para Cantão na sua visita oficial. O “Asia Pacific Memo” é editado pelo Institute of Asian Research em Vancouver, no Canadá.

    Ingredientes fundamentais

    Xu Hongcai é muito claro sobre o problema. A intervenção de Beijing requer “três ingredientes fundamentais”:

    – primeiro, a atuação do “Banco Central Europeu como emprestador de último recurso”, facto a que “a Alemanha se tem oposto, atrasando o processo”;

    – segundo, os líderes europeus têm de tornar o FEEF “operacional e seguro para investidores de fora”, já que o que os chineses observam é que a notação do FEEF perdeu o triplo A (na recente decisão da agência Standard & Poor’s), os alemães resistem a aumentar o valor envolvido, e faltam “detalhes operacionais”;

    – terceiro, os chineses preferem “ajudar a Europa através do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, apesar de “ainda ninguém ter dado uma resposta aos chineses”, em virtude dos fatores de “rigidez dentro da governação do FMI e da preferência por certos países-chave”.

    Em suma, diz um dos homens fortes do CCIEE, “os países europeus e o FMI têm de apresentar um mecanismo de investimento credível à China (e a outros possíveis investidores) “.

    Merkel estende a mão e Lagarde a mala de mão

    Os jornais alemães referiram que a chanceler se deslocou à China com vários pontos na agenda – desde a questão das sanções ao Irão, ao facto de a China passar a ser este ano o principal mercado de exportação alemão (deixando de ser o vizinho francês), até à crise da dívida da zona euro. Muitos analistas colocaram Merkel na posição de estender a mão aos chineses para financiar os fundos europeus de resgate. Sabe-se que 40% das colocações de dívida já realizadas pelo FEEF estão em mãos de asiáticos, particularmente de japoneses, mas a China ainda não declarou se tem participado ou vai participar nessas emissões.

    Já Christine Lagarde, a diretora-geral do FMI, em Davos, no último Fórum Económico Mundial levantaria a sua chique mala de mão para pedir aos presentes que investissem no “guarda-chuva” que o FMI pretende criar em abril para responder às crises da dívida. Foi um momento televisivo com o sorriso da diretora-geral e alguns risos na plateia.

    Fonte: Expresso

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Como é que Itália vê a abertura de Ursula von der Leyen para cooperar com Meloni?

    Meios de comunicação social italianos descrevem a declaração da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como ousada,...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema