Os artistas plásticos de Mbanza Kongo, Zaire, avançaram hoje, sexta-feira, que estão a preparar obras que retratam a diversidade histórica e cultural local e nacional para expor durante o Festival Internacional da Cultura, Artes e Turismo(Festikongo), a decorrer de 5 a 8 de Julho, nesta cidade.
Em declarações à Angop, os artesãos, escultores e pintores asseguraram que irão destacar os usos, hábitos, costumes e algumas figuras históricas do período pré-colonial do país nas obras que serão exibidas durante a primeira edição deste certame, que contará também com a participação de caravanas artísticas da RDC, Congo Brazzaville e do Gabão.
O artesão António Buei disse que levará ao festival peças manufacturadas em bambu, tais como cadeiras, mesas, cestos, chapéus, entre outras, muito utilizadas ainda nas comunidades rurais da região.
Considerou o Festikongo como uma ocasião propícia para mostrar o seu potencial, frisando que espera estabelecer parcerias com artistas de outras regiões, para dinamizar a sua profissão.
Joaquim Domingos, também artesão, disse que espera expor uma diversificada gama de produtos, com realce para instrumentos de pesca artesanal continental e loiça tradicional.
O escultor Lusimana Luzolo revelou que já tem preparadas 50 obras gravuras dos monumentos e sítios históricos locais, bem como retratos de soberanos dos Reinos do Kongo, Ndongo, Bailundo e Kwanhama.
Explicou que as obras foram produzidas em pau-preto e castanho, que considerou ser matéria-prima que confere qualidade e garante durabilidade às peças de escultura.
Quadros que vão simbolizar a amizade e relação histórica entre os povos e territórios do antigo Reino do Kongo são os que o pintor Boaventura Mawete espera mostrar no Festikongo, incluindo retratos da mulher tradicional africana.
O artista pretende ilustrar, igualmente, a árvore mística e milenar Yala-a-Nkuwu, o Museu dos Reis do Kongo, as ruínas da antiga Sé Catedral “Kulumbimbi”, entre outros monumentos e sítios históricos locais.
O Festikongo faz parte das nove exigências colocadas pela UESCO, aquando da inscrição do Centro Histórico da capital do antigo Reino do Kongo (Mbanza Kongo) na lista do Património Mundial, a 8 de Julho de 2017 em Cracóvia, Polónia.