O Governo angolano tem em curso um processo de troca de centrais elétricas a gasóleo por outras que utilizam o gás natural como combustível, para reduzir o custo da produção de eletricidade no país.
“O nosso custo médio de produção de eletricidade está atualmente avaliado em 220 dólares por MegaWatt-hora [MWh], significativamente mais elevado que no resto da região, o que constitui outro fator que compromete a sustentabilidade do setor elétrico”, disse o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, durante uma conferência sobre energia, realizada na quinta-feira em Luanda.
“O que pretendemos não será eliminar o diesel, porque ele vai ser necessário para que essas centrais possam cobrir os períodos de curta duração, ou seja de pico no diagrama de carga, mas fazer com que elas deixem de funcionar continuamente. E em alguns casos substituir também o combustível que elas usam por gás natural”, acrescentou o governante.
De acordo com João Baptista Borges, as primeiras unidades adaptadas para gás natural, casos das centrais térmicas de Cazenga (Luanda) – a mais importante do país – e Malembo (Cabinda), deverão estar operacionais a “curto prazo”.
“Conseguiremos com isso reduzir o custo médio global de produção de energia, aproximar-nos dos custos médios da nossa região e melhorar também a condição financeira e operacional das empresas”, enfatizou o ministro.
Além desta medida ao nível da produção de eletricidade, a estratégia de Segurança Elétrica, aprovada pelo Executivo angolano em 2011, envolve outras medidas, como um programa de atualização de tarifas, inalteradas desde 2006, e de reforço do processo de cobranças.
O objetivo, referiu, passa por “transformar a eletricidade num bem disponível para a maioria dos angolanos”, além de “potenciar o desenvolvimento económico” do país com base na exploração dos “recursos energéticos endógenos”, tendo em conta as reservas de gás natural em Angola.
Durante a conferência foi ainda confirmado um investimento que ronda os mil milhões de dólares (734 milhões de euros) para eletrificar a região centro e sul de Angola, a realizar por uma empresa israelita, que elevará a taxa de eletrificação do país, que é atualmente de cerca de 33 por cento. (dinheirovivo.pt)
(Artigo escrito com base no novo Acordo Ortográfico)