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    Angola e Sudão do Sul são os países que mais sofrem nos termos de troca

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    Rácio entre os preços das exportações e importações cai quase 50%, devido à baixa do preço do petróleo e à fraca diversificação económica. Banco Mundial revê em baixa, para 4%, crescimento do PIB subsariano.

    Angola é um dos países da África Subsariana onde os termos de troca mais se poderão agravar, fruto da queda do preço do petróleo e do aumento de custos associados à importação e produção de bens, revela o Banco Mundial no África Pulse.

    Segundo o documento, uma análise das perspectivas económicas de África, divulgada esta semana em Luanda, no quadro das Reuniões de Primavera 2015, do Grupo Banco Mundial, a degradação dos termos de troca de Angola poderá aproximar-se dos 50%. Angola é um dos nove países identificados pelo Banco Mundial cuja deterioração dos termos de troca (rácio entre os preços de exportação e os preços de importação) excede os 20%, a par de Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Nigéria, Sudão, Sudão do Sul e Mauritânia.

    Na origem do problema, explica o documento – que indica que, depois de Angola e do Sudão do Sul, a República do Congo, a Nigéria e o Chade são quem mais sofre -, está não só a queda do preço do petróleo, superior a 50% desde Junho de 2014, como as variações de outros preços internacionais, nomeadamente de produtos agrícolas, metais e minerais, para além da energia.

    Os países onde os termos de troca mais se devem degradar representam cerca de 52% do PIB africano e 39,5% da população do continente. Noutro grupo, onde estão países como o Gana, a Etiópia, o Benim ou o Togo, a queda dos termos de troca é inferior a 10%.

    Nestes casos, mais do que o petróleo, a degradação dos termos de troca é afectada pela quebra dos preços de produtos como ouro ou o algodão. Noutros, onde a queda é inferior a 5%, os ‘culpados’ são os preços de produtos como o café, o tabaco ou o açúcar, entre outros. Uma dúzia de países sofre uma melhoria dos termos de troca (Moçambique, Lesoto, Somália, Níger ou África do Sul), devido a factores como a redução dos preços dos combustíveis ou da energia, ou ainda de alguns metais.

    Francisco Ferreira, chefe da equipa do Pulse Team para África, afirmou esta semana, em videoconferência a partir de Washington, a que assistiram jornalistas nalguns países – incluindo Angola (na sede do Banco Mundial em Luanda), explicou que, no caso de países como Angola ou a Nigéria, o ‘culpado’ pela degradação dos termos de troca é sobretudo o baixo preço do petróleo, a que se junta a “baixa diversificação económica”.

    “A economia da Nigéria está um pouco mais diversificada do que a de Angola”, o que deixa este País mais exposto à quebra do preço do petróleo, disse o responsável, que, ainda assim considerou que os governos dos dois países estão a “tomar as medidas certas”, tendo em conta o contexto – revisão dos orçamentos, cortes das despesas e nos subsídios aos combustíveis, por exemplo.

    Segundo o África Pulse, o crescimento das economias na África Subsariana irá abrandar, em 2015, para 4%, depois de ter tido um avanço de 4,5% em 2014.

    “Este declínio reflecte a queda dos preços do petróleo e de outras matérias-primas”, diz o documento, que assinala que esta previsão “é inferior aos 4,4% da média anual de crescimento das duas últimas décadas e ainda mais abaixo das taxas máximas de crescimento de África, de 6,4% em 2002-08”.

    “Os fluxos de investimento directo estrangeiro foram modestos em 2014, reflectindo um crescimento mais lento nos mercados emergentes e a quebra dos preços de matérias-primas”, diz o documento. (expansao.ao)

    Por: Ricardo David Lopes

     

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