O Deutsche Bank cortou o preço-alvo do BPI, segundo banco português cotado, em 30% para os 0,7 euros por ação, devido à queda do preço do petróleo e à degradação do rácio de capital com a alteração das regras europeias de exposição a Angola.
“Temos uma recomendação de ‘vender’ para o BPI e reduzimos o preço-alvo para 0,7 euros de 1,0, devido ao risco para os resultados, proveniente de uma Angola focada no petróleo e do impacto da alta exposição ao risco soberano daquele país, através da subsidiária BFA”, explicou o Deutsche Bank numa nota de análise a que o Dinheiro Vivo teve acesso.
O preço do barril de Brent fixou mínimos de cerca de seis anos em torno dos 45 dólares, perante o aumento da oferta a nível global. Desde junho último, o preço do Brent perdeu cerca de 60%.
Em dezembro último, o BPI anunciou que o rácio de capital ‘common equity’ Tier 1 (CET1) descerá 0,9 pontos percentuais (pp) para 8,9% com a aplicação das regras europeias à exposição que tem na sua subsidiária BFA, que é o líder da banca de Angola. Esta penalização decorre da Comissão Europeia ter divulgado a lista de países terceiros com regulamentação e supervisão equivalentes às da União Europeia, que integra apenas 17 países ou territórios e não inclui a República de Angola.
“Enquanto aguardamos pelo guidance do BCE relativamente ao tempo que o banco tem para reduzir esta exposição, consideramos que há três escolhas que o BPI pode fazer, ainda que qualquer uma delas tenha riscos que queda para a margem financeira do BFA, e logo para o grupo BPI”, salientou.
Realçou que a primeira escolha passa pela “redução da exposição ao Estado angolano para 600 milhões de euros, o que representa uma redução de cerca de 3.000 milhões de euros, com impacto material na margem financeira doméstica”.
O segundo cenário proposto é o de “um aumento de capital” e o terceiro passa pela “redução da posição de 50,1% que o BPI tem no BFA, levando a uma perda efetiva de controlo da subsidiária, mas beneficiando do efeito desconsolidação”. (dinheirovivo.pt)