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    Amnistia denuncia comandantes do Exército nigeriano por crimes de guerra

    Soldados nigerianos são vistos em Bosso, no dia 25 de maio de 2015 (Foto de ISSOUF SANOGO/AFP/Arquivos)
    Soldados nigerianos são vistos em Bosso, no dia 25 de maio de 2015 (Foto de ISSOUF SANOGO/AFP/Arquivos)

    A Amnistia Internacional (AI) voltou a pedir ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que acuse de crimes de guerra os comandantes do Exército nigeriano envolvidos na luta contra o Boko Haram – de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira e imediatamente rejeitado pela corporação.

    Em nota, o porta-voz do Exército nigeriano, Chris Olukolade, acusou a ONG de servir a determinados interesses políticos, com um relatório “partidário e inventado”. Segundo ele, “nenhuma das acusações contém provas suficientes contra aqueles que a Amnistia Internacional tanto busca condenar”.

    Para elaborar este relatório de 133 páginas, intitulado “Galões sobre os ombros, sangue nas mãos”, a Amnistia disse ter realizado centenas de entrevistas, em especial com membros das Forças Armadas nigerianas, além de ter tido acesso a documentos do Ministério da Defesa desse país.

    “As Forças Armadas nigerianas fizeram mais de 1.200 execuções extrajudiciais. Prenderam pelo menos 20 mil pessoas de maneira arbitrária, em sua maioria homens jovens e adolescentes, e cometeram inúmeros actos de tortura”, denuncia o texto.

    “Centenas, talvez milhares, de nigerianos foram vítimas de desaparecimentos forçados. E pelo menos sete mil deles morreram de fome, por falta de assistência médica, ou em consequência das condições de superlotação carcerária”, acrescenta a ONG.

    A AI “estima que esses actos (…) constituem crimes de guerra” e “aponta em particular para cinco comandantes do Exército encarregados das operações no nordeste do país e para dois chefes do Estado-Maior militar, assim como outros dois da Defesa, cuja responsabilidade individual e hierárquica estariam comprometidas e deveriam ser investigadas”.

    Segundo a organização, todos os nomes foram entregues ao TPI.

    No relatório, a Amnistia defendeu que esses chefes do Estado-Maior, que fica em Abuja, “deveriam ser alvo de uma investigação quanto a sua potencial responsabilidade hierárquica em crimes cometidos por seus subordinados, já que sabiam, ou deveriam saber, que esses crimes foram cometidos, e não tomaram as medidas apropriadas”.

    O TPI já iniciou uma investigação preliminar sobre a insurreição do Boko Haram, que deixou pelo menos 17 mil mortos desde 2009, segundo a Amnistia. (afp.com)

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