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    Alerta do FMI para os riscos na economia

    A economia mundial enfrenta riscos “crescentes” e as “alternativas de medidas” de apoio são “mais reduzidas que antes”, disse no sábado a directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
    No entanto, ainda restam soluções, e actuar de forma correcta “ajuda a dissipar as dúvidas”, acrescentou Lagarde, ao discursar em Jackson Hole, no leste dos Estados Unidos, durante um seminário internacional de política monetária da Reserva Federal (FED, o banco central americano).
    “A economia mundial continua a crescer, mas não o suficiente. Algumas das razões da crise de 2008 foram resolvidas, mas não de forma adequada”, afirmou Lagarde.
    Estes riscos “foram agravados pela deterioração da confiança e pelo sentimento crescente de que os políticos não têm convicção, ou simplesmente vontade, de tomar as decisões necessárias”, acrescentou. A redução do défice “continua a ser uma prioridade”, mas as políticas macroeconómicas “devem sustentar o crescimento”, segundo a directora-geral do FMI.
    “As políticas monetárias devem manter-se complacentes, pois o risco de uma recessão é maior do que o da inflação”, declarou.
    Na Europa, os países devem solucionar os seus problemas de dívida e os bancos “precisam de uma recapitalização urgente”, disse. Nos Estados Unidos, os políticos devem “encontrar o equilíbrio” entre a redução da dívida e a reactivação económica, e solucionar os problemas relacionados com a habitação, concluiu.

    Queda nos meercados

    Os mercados europeus e americano caíram após o discurso do presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, que não deu nenhum sinal de novas medidas de estímulo, e o dólar continuou a cair na semana passada.
    Na sexta-feira, Wall Street começou a operar em baixa, com o Dow Jones Industrial Average em queda de 1,5 por cento alguns momentos depois de ter ficado claro que a FED não agirá novamente para tentar promover a apática economia americana. No entanto, mais tarde as acções registaram uma retomada na sessão, com o Dow a subir 0,97 por cento, para os 11.258,05 pontos, e o S&P 500 subiu 1,07 por cento, para os 1.171,65 pontos. O índice Nasdaq, com forte peso em tecnologia, subiu 1,86 por cento para ficar nos 2.464,58 pontos.
    Os mercados europeus também caíram imediatamente depois do discurso de Bernanke, mas limitaram as perdas na hora final do pregão. Mais cedo, a maioria dos mercados asiáticos também caiu.
    No mercado de moedas, o euro subiu para 1,4466 dólar, em comparação com o 1,4379 dólar na quinta-feira. O dólar caiu para 76,61 ienes, dos 77,46 ienes na quinta-feira. Bernanke não anunciou nenhuma medida de estímulo da FED no seu discurso realizado numa conferência de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, e em vez disso pediu que os líderes governamentais ajam para darem mais emprego as populações.
    Bernanke afirmou, no entanto, que a FED ainda conta com uma série de ferramentas monetárias que podem ajudar a economia que vão ser analisadas numa reunião de política monetária em Setembro.
    “A reacção inicial para os comentários de Bernanke foi de decepção”, disse Hugh Johnson, da corretora Hugh Johnson Advisors. “Mas uma abordagem mais sóbria e sensível dos seus comentários foi feita mais adiante, concluindo-se que não havia surpresa no seu discurso, nada era inesperado, e o mercado regressou para onde estava antes”. Bernanke afirmou esperar crescimento dos Estados Unidos no segundo semestre, depois de um primeiro semestre em que a expansão foi quase imperceptível.
    A sua previsão optimista, contudo, chega num momento em que os dados oficiais mostram que a economia americana cresceu menos do que o esperado no segundo trimestre, com uma expansão de um por cento em relação ao trimestre anterior. O Departamento do Comércio estimou inicialmente um avanço de 1,3 por cento durante o período de Abril e Junho.
    Nos mercados asiáticos, Tóquio fechou em alta na sexta-feira, depois de o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, ter feito um longo discurso, no qual afirmou que vai abandonar o cargo de presidente do Partido Democrático do Japão, deixando também as suas funções como primeiro-ministro. Um novo primeiro-ministro, o sexto do país em cinco anos, deve ser eleito esta  semana.

    Defesa da taxa financeira

    O ministro de Economia francês, François Baroin, reconheceu que ainda existem “pontos essenciais” para serem determinados em relação ao imposto sobre as transacções financeiras, ou taxa Tobin, que França e Alemanha querem aplicar, mas espera que a proposta esteja preparada para a reunião do Grupo dos Vinte (G-20) em Novembro próximo.
    Em entrevista publicada pelo “Journal de Dimanche”, Baroin explicou que os dois países ainda não têm uma “posição fixada definitivamente” sobre pontos como se é a Comissão Europeia (CE) ou os Estados que recebem a receita gerada ou a percentagem de taxa a aplicar. Paris e Berlim esperam ter uma “posição precisa” para Bruxelas em Setembro próximo, acrescentou o ministro.
    A iniciativa de taxar as transacções financeiras foi posta em cima da mesa pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, e pela chanceler alemã, Angela Merkel, na reunião bilateral que tiveram este mês.
    Tal imposto, idealizado em 1972 pelo economista americano James Tobin, consiste em taxar ligeiramente os fluxos de capital para dissuadir os especuladores e produzir uma nova receita pública.
    A França e a Alemanha tencionam em obter “resultados por ocasião do G20”, que vai reunir os chefes de Estado e do Governo desse grupo de países desenvolvidos e emergentes, em Cannes, nos próximos dias 3 e 4 de Novembro.

    Fonte: Jornal de Angola

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