VOA | Coque Mukuta
Um advogado angolano acusou o comandante da policia da divisão de Viana e o procurador junto daquela unidade de envolvimento num esquema de detenções ilegais para se apoderarem de terras de camponeses.
Os visados sem gravar entrevista negaram as acusações.
As acusações seguem-se à prisão de 11 pessoas acusadas de associação de malfeitores, prisões essas também denunciadas pela organização não governamental SOS Habitat. Um dos presos, um menor, foi subsequentemente solto.
O advogado dos detidos Jorge de Castro Van-Dúnem disse que as detenções não fazem sentido porque a família envolvidas possui documentos sobre a posse das terras que datam de 1985.
Jorge Van-Dúnem que diz que tudo se deve a um esquema que passa pela detenção de pessoas proprietárias de terra, acusando depois “o comandante Samuel Afonso Makengo (que) está em conluio com o procurador de Viana Luís Bento Júnior”.
“Prendem as pessoas e enquanto você fica preso eles constroem”, disse afirmando que neste caso foi enviado um contingente policial armado para o local que foi vedado.
“Como é que um terreno em litígio é vedado?” interrogou.
Jorge Van-Dúnem, que diz já ter denunciado a referida rede junto do Presidente da Republica, Governo da Província de Luanda, Ministério do Interior e outras entidades e diz temer que com estas invasões arquitectadas por magistrados a população opta por resistência ou desobediência civil por não acreditar mais na justiça.
“Até ao provedor da justiça, ministro da justiça e governador eu já escrevi para dizer que se não pararem com esta rede não sei onde a população vai viver”, disse, acrescentando que“chegaram mesmo a demolir cerca de 30 residências” disse.
A VOA conversou com o Procurador Geral da Republica junto á divisão de Viana Luís Bento Júnior e com o Super-intendente Samuel Afonso Makengo, Comandante interino da Divisão de Viana que além de negarem gravar entrevista negaram também as acusações que recai sobre os mesmos.