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    Adiada homenagem a Agostinho Neto em Itália

    Quanto aos constrangimentos causados pela Covid-19, a União dos Escritores Angolanos não fugiu à regra, tendo consentido a níveis tanto financeiro e editorial. Segundo o secretário-geral desta casa mãe das letras angolanas, David Kapelenguela, a pandemia causou constrangimentos em iguais circunstâncias como as outras instituições do país, nos planos imediatos.

    “A União dos Escritores Angolanos teve que suspender imediatamente o seu programa de actividades. Vínhamos trazendo uma agenda de homenagens a vários escritores, sobretudo os da geração de 70, que durante o seu percurso de vida pessoal e artístico-literário contribuíram bastante para o desenvolvimento intelectual, cultural, académico e sobretudo literário do nosso país”, avaliou.

    Nesse rol de homenagens, o último a ser distinguido foi o escritor Arnaldo Santos, cujo retrato fotográfico de alguns momentos da sua vida familiar e literária ainda está patente no hall da União dos Escritores Angolanos, até ser substituído pelo do próximo homenageado.

    “Por isso, com a abertura paulatina das nossas actividades, caso alguém se interesse em visitar esta exposição fotográfica do escritor Arnaldo Santos, aqui estaremos para o atender”, convida David Kapelenguela.

    Por outra, a UEA tinha já em fase de finalização a criação de condições de uma visita ao Cuanza-Sul, para um evento que levaria cerca de 15 escritores a uma localidade daquela província. Promovida com o apoio de um dos membros desta casa das letras, que assumiria no lugar o papel de anfitrião, era plano de David Kapelenguela a realização de sessão de recital de poesia e trova, e já maturava na mira a intenção de levar na sentada inaugural o Duo Canhoto e outros grupos de trova.

    “A UEA estava também numa fase muito avançada da negociação com algumas instituições para financiamento de algumas actividades programadas. Ainda nessa fase, estava previsto a ida de um escritor, nosso confrade à Itália, para ministrar aulas de cultura e língua portuguesa na Universidade de Roma Tre, que no âmbito da Cátedra Dr. António Agostinho foi assinado um protocolo entre a Fundação Agostinho Neto, a Universidade de Roma Tre e a União dos Escritores Angolanos”, destacou.

    Desta homenagem em particular, foi ainda no ano passado que a Associação Internacional de Lusitanistas escolheu Roma como sede do seu 13º Congresso Internacional, onde marcariam presença centenas de investigadores que estudam temáticas dos estudos portugueses, predominantemente literário. Sob coordenação da Universidade de Sapeinza de Roma, o congresso estava previsto de 20 a 24 de Julho deste ano. Segundo justificou a organização, a proposta deste colóquio seria homenagear grandes figuras das letras e do pensamento em Língua Portuguesa que tenham uma ligação com a cidade de Roma. Na lista de homenageados consta o intelectual português Eduardo Lourenço, que durante muitos anos trabalhou na embaixada como conselheiro, do Brasil foram escolhidos Murilo Mendes e Sérgio Buarque de Holanda, que também têm fases de trabalho, estudo e produção intelectual em Roma, de Moçambique será a pintora Bertina Lopes, que viveu muito tempo em Roma, e de Angola a figura escolhida foi Agostinho Neto. Em acerto de agenda, o congresso ficou remarcado para 2021, mantendo as mesmas figuras a serem homenageadas.

    “Para tudo será preciso gizar-se um plano de adaptação. Estamos a iniciar de forma paulatina as nossas actividades, estou em crer que na medida em que o país vai se reerguendo, nós também estaremos a adaptar as nossas acções”, planifica.

    Entretanto, a pandemia não foi mal de todo para aqueles que sonhavam num espaço cultural digital a competir com as actividades que obrigavam presenças. David Kapelenguela reconhece que o espaço digital em Angola nunca foi tão solicitado como aconteceu desta vez com o surgimento da Covid-19. Porém, avalia que, de acordo com a nossa realidade, este fenómeno ainda vai levar algum tempo.

    Do que se espera publicar, o secretário-geral da UEA revela que a Covid-19 tem sido para os escritores motivo de inspiração para várias abordagens, ainda que muitas delas não venham a fazer referência directa.

    “Sim, teremos escritores a fazerem o seu trabalho. E sobre isso, uma das nossas provas é a colectânea que a UEA está a organizar, reflexo de uma inspiração na fase da própria Covid-19. Penso que é um momento específico da nossa literatura”, observa.

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