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    Abbas promete que governo de união palestino rejeitará violência

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    O presidente palestino Mahmud Abbas prometeu neste sábado que o próximo governo de união com o Hamas repudiará a violência, em resposta aos pedidos da comunidade internacional, mas reafirmou que nunca reconhecerá Israel como Estado judaico.

    “O próximo governo obedecerá minha linha política”, disse Abbas aos membros do Conselho Central Palestino (CCP), instância que controla a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reunidos em Ramallah, capital da Cisjordânia.

    “Reconheço o Estado Israel, repudio a violência e o terrorismo e respeito os compromissos internacionais”, garantiu Abbas durante pedagógico discurso de mais de uma hora.

    Nos termos do novo acordo de reconciliação firmado na última quarta-feira, a OLP dirigida por Abbas e o movimento islamita Hamas concordaram em formar um governo de “consenso nacional” liderado por Abbas e composto por figuras políticas independentes.

    Esta reconciliação provocou a fúria de Israel, que considera o Hamas um “grupo terrorista”. Em retaliação, o país suspendeu as já atribuladas negociações de paz retomadas em Julho de 2013, que deveriam culminar num acordo até o prazo máximo de 29 de Abril.

    O Hamas, no poder em Gaza desde 2007, rejeita as negociações de paz “fúteis”com Israel, e prega a “resistência armada” contra o país.

    Abbas ressaltou em seu discurso que as negociações com Israel não seriam travadas pelo novo governo, mas sim pela OLP, que “representa o conjunto do povo palestino”.

    “O (novo) governo será responsável pelo que ocorre no interior dos territórios palestinos”, disse. A OLP é reconhecida mundialmente como “o único representante do povo palestino” e, por causa disso, é a única entidade autorizada a negociar em nome dos palestinos.

    – ‘Ameaças de dissolução’ –

    O Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) exige que o Hamas reconheça Israel, assim como os acordos já concluídos entre o Estado hebraico e a OLP e que renuncie à luta armada.

    Abbas reiterou, contudo, a recusa em reconhecer Israel como um “Estado judaico”, exigência do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

    “Nós nunca aceitaremos reconhecer um Estado judaico”, disse Abbas, lembrando que os palestinos reconheceram o Estado de Israel em 1993. Ele ressaltou que este pedido não foi feito ao Egipto ou à Jordânia quando estes países firmaram a paz com o Estado hebraico.

    O presidente palestino também repetiu que está disposto a prolongar as negociações de paz com Israel para além do prazo de 29 de Abril, à condição que o governo de Netanyahu libere os prisioneiros palestinos, suspenda a colonização e aceite discutir a delimitação das fronteiras do futuro Estado palestino.

    Israelitas e palestinos multiplicaram os gestos de hostilidade desde que Israel decidiu suspender a soltura do último contingente de prisioneiros palestinos em 29 de Março, pedindo a prolongação das discussões de paz até o fim do ano.

    Em resposta, Abbas decidiu aderir a 15 agências e tratados internacionais.

    – ‘Fase de espera’ –

    O presidente palestino advertiu que, em virtude do status de Estado observador obtido em 29 de Novembro de 2012 na ONU, a OLP “tem direito” de pedir adesão a cerca de 63 organizações e convenções internacionais.

    Ao final de seu discurso, Abbas deixou pairar a ameaça de auto dissolução da Autoridade Palestina, encarregada de administrar as zonas autónomas da Cisjordânia, a fim de legar a Israel a responsabilidade de gerir o território enquanto potência colonizadora.

    Do lado norte-americano, o secretário de Estado John Kerry, patrocinador do processo de paz, teve que reconhecer o fracasso – pelo menos momentâneo – de sua iniciativa.

    “É um momento de transição. Nós não podemos forçar as partes a tomar medidas que elas não querem tomar”, ressaltou nesta sexta-feira a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki.

    A reunião de Ramallah deve continuar ainda na noite deste sábado e só deve terminar no domingo.

    – Aval do Hamas –

    O Hamas, que também participa da reunião, comemorou o discurso “positivo” do presidente Abbas. “Nós apoiamos inteiramente seus posicionamentos sobre Jerusalém, a reconciliação e o não reconhecimento do Estado judaico, assim como sobre o fracasso das negociações”, declarou à AFP Bassem Naim, líder do Hamas em Gaza.

    “Os pontos do discurso são na maior parte positivos”, acrescentou Ismail Haniyeh, conselheiro do primeiro-ministro do Hamas em Gaza.

    Haniyeh também comemorou a declaração do presidente Abbas sobre as negociações com Israel não serem travadas pelo novo governo, mas sim pela OLP, que representa “o conjunto do povo palestino”.

    A Autoridade Palestina, que administra as zonas autónomas da Cisjordânia, assinou, nos últimos anos, diversos acordos de reconciliação com o Hamas, nenhum deles levado adiante. (afp.com)

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