No próximo Campeonato Europeu de Futebol, as equipas dos 24 participantes incluem dezenas de jogadores com uma ligação familiar a África. Entre eles estão estrelas mundiais e talentos emergentes.
Danilo Pereira | Portugal
Danilo Luís Hélio Pereira nasceu na Guiné-Bissau a 9 de setembro de 1991 e foi para Portugal com seis anos, à “boleia” da mãe que havia terminado o curso de enfermagem e conseguido emprego em território português. Fez a formação no Estoril e no Benfica, e, sem espaço na equipa principal, seguiu para Itália, para jogar no Parma. Hoje é um dos indiscutíveis na seleção nacional e campeão europeu!
Renato Sanches | Portugal
Filho de cabo-verdiana, lisboeta e portador de passaporte de São Tomé e Princípe, Renato Sanches fez toda a formação como futebolista no Benfica. Estreou-se como sénior em outubro de 2015. No verão de 2016, foi campeão europeu por Portugal – foi o “Golden Boy” – e o Bayern Munique não hesitou em pagar 35 milhões de euros! Aos 23 anos, foi campeão pelo Lille e parece voltar a ser o Renato de 2016.
William Carvalho | Portugal
Nascido em Luanda, William Carvalho é campeão europeu pelo seu país “adotivo”, quando Portugal venceu a França na final de 2016. O médio-defensivo, que fez toda a formação no Sporting Clube de Portugal, joga agora no Real Betis, onde não vive a melhor fase da carreira, mas continua a ser um dos pilares de Fernando Santos na hora de convocar para as grandes competições.
Kylian Mbappé | França
Kylian Mbappé cresceu no subúrbio parisiense de Bondy, filho de um pai camaronês e de uma mãe argelina. Com apenas 19 anos, o avançado do PSG foi eleito o melhor jovem jogador no Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia, ajudando a França a vencer. A seleção francesa é rica em jogadores com raízes africanas, incluindo Paul Pogba (Guiné-Conacri), Ngolo Kanté (Mali) e Ousmane Dembélé (Costa do Marfim).
Romelu Lukaku | Bélgica
O avançado poliglota Romelu Lukaku nasceu e cresceu na Antuérpia, Bélgica, mas os seus pais são ambos da República Democrática do Congo, uma antiga colónia belga. Os golos de Lukaku ajudaram “Les Diables Rouges” a ficar em terceiro lugar na Rússia, em 2018, e também contribuíram para a vitória do Inter de Milão na Serie A esta temporada.
Bukayo Saka | Inglaterra
O talento ainda adolescente nasceu em Ealing, no oeste de Londres, de pais nigerianos. O seu nome significa “aumenta a felicidade” em língua ioruba. Apesar de representar a Inglaterra desde os sub-16, Saka recebeu uma oferta da Federação Nigeriana de Futebol em 2020, mas preferiu jogar pela seleção inglesa.
Glen Kamara | Finlândia
O internacional finlandês nasceu em Tampere, no sul da Finlândia, mas mudou-se para Londres para se juntar à academia juvenil do Arsenal, aos 16 anos de idade. No entanto, foi na Escócia que fez nome, ajudando o Rangers a conquistar o primeiro título na liga desde 2011, levando os “gunners” a considerar trazê-lo de volta. Os pais são da Serra Leoa, mas Kamara joga pela Finlândia desde os sub-18.
Alexander Isak | Suécia
Muito se esperava de Alexander Isak quando assinou pelo Borussia Dortmund, em 2017, mas a Bundesliga aconteceu cedo demais. O avançado, nascido fora de Estocolmo de refugiados da Eritreia, teve mais sucesso com a Real Sociedad, marcando 26 golos nas duas últimas temporadas. Outros jogadores suecos com raízes africanas são Robin Quaison, do Mainz (pai do Gana), e Ken Sema, do Watford (pais da RDC).
Antonio Rüdiger | Alermanha
“Toda a minha família vem de África”, diz o defesa alemão Antonio Rüdiger, cujos pais fugiram da Serra Leoa, devastada pela guerra nos anos 90. Rüdiger, vencedor da Liga dos Campeões com o Chelsea esta época, nasceu e foi criado no distrito de Neukölln, em Berlim, e já é 40 vezes internacional sénior pela seleção alemã.
David Alaba | Áustria
O capitão austríaco David Alaba poderia teoricamente ter jogado pela Nigéria, a pátria do seu pai, mas o defensor nascido em Viena escolheu antes a sua república alpina natal. Antes de deixar o Bayern Munique – 13 anos depois de chegar à Baviera – para se juntar ao Real Madrid, Alaba vau liderar o seu país no EURO2020.
Breel Embolo | Suíça
O avançado do Mönchengladbach representa a Suíça desde os sub-16, mas nasceu nos Camarões, antes de emigrar para Basileia com a sua mãe e irmão, em 2003. Outros jogadores suíços no EURO2020 com raízes africanas incluem o companheiro de clube Denis Zakaria (pai da República Democrática do Congo, mãe do Sudão) e Kevin Mbabu, do Wolfsburg (mãe da República Democrática do Congo).
Memphis Depay | Países Baixos
O pai de Memphis Depay é do Gana, mas, depois de ter abandonado a sua família quando o seu filho era jovem, Memphis só usa o seu primeiro nome na camisa – tanto no Lyon como nos Países Baixos. Outros companheiros de equipa de seleção com ascendência africana incluem Nathan Aké (pai da Costa do Marfim), do Manchester City, e Tolly Vilhena (pai de Angola), do Krasnodar.
Moise Kean | Itália
Moise Keane não convida apenas a comparações com o ex-atacante italiano Mario Balotelli, devido à sua velocidade e ao seu olho para o golo, mas também devido às suas raízes africanas. A mãe e o pai de Keane chegaram a Itália vindos da Costa do Marfim. O jovem avançado do PSG estreou na Squadra Azzura em 2018 e é uma das jovens estrelas a observar em 2021.
Rabino Matondo | País de Gales
Embora não tenha conseguido impedir a despromoção do Schalke na Bundesliga, o jovem galês Matondo reuniu este ano em Gelsenkirchen uma valiosa experiência de alto nível enquanto emprestado pelo Stoke City. Matondo, cujo pai vem da República Democrática do Congo, nasceu em Liverpool, mas cresceu em Cardiff. “Sinto-me galês”, disse em 2018.