O canal Zap Viva, suspenso em Abril pelo Governo sob alegação “inconformidades legais”, anunciou esta terça-feira que já cumpre todos os requisitos legais e que vai retomar a emissão “em breve”. A medida surge depois da Procuradoria-Geral da República ter entregue a gestão das empresas Zap Media SA e Finstar, ligadas à empresária Isabel dos Santos, ao ministério que tutela a comunicação social em Angola.
Num comunicado enviado à Camunda News, sem revelar datas prováveis, a Zap informa “que estão finalmente observados todos os requisitos legais junto da Direcção Nacional de Informação e Comunicação Institucional, realçando que, deste modo, estão reunidas as condições para que a emissão do Canal Zap Viva na grelha da ZAP em Angola retome o mais breve possível.
O canal Zap Viva foi suspenso, no mesmo período com a Vida TV e a Record TV África, em Abril de 2021 por alegadas irregularidades, numa altura que analistas angolanos apontavam para uma medida mais política do que administrativa, sendo que, a VIDA TV e a Zap Viva estavam ligadas a Tchizé e Isabel dos Santos, filhas do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
Luísa Rogério, Presidente da Comissão da Carteira e ética dos Jornalistas, na altura, em entrevista à Camunda News mostrou-se descontente com a medida.
Por outro lado, a jornalista que durante muitos anos dirigiu o sindicato dos jornalistas angolanos disse que o encerramento dos órgãos de comunicação social contrasta com as políticas e promessas gizadas pelo Presidente da República João Lourenço.
Em Janeiro do ano em curso, a Procuradoria-Geral da República anunciou a entrega da gestão das empresas Zap Media SA e Finstar, pertencentes à empresária Isabel dos Santos, ao Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação Social, depois de ter sido anunciado que do canal ter encerrado as suas portas em definitivo e colocado no desemprego centenas de funcionários.
A Vida TV fechou portas em Julho de 2021, deixando no desemprego mais de 300 profissionais.
De referir que as participações de Isabel dos Santos na Zap e noutras empresas constituídas em Angola, supostamente com fundos públicos, foram arrestadas em Dezembro de 2019.