A variante de preocupação (VdP) Ómicron é um “vírus perigoso” apesar da menor capacidade de provocar uma infeção grave e continua a agravar as hospitalizações. Alguns casos são apenas detetados em ambiente hospitalar devido a aparente menor severidade desta nova estirpe.
O alerta partiu do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhando o impacto desta VdP em sistemas de saúde mais frágeis como o dos países com menores taxas de imunização.
“Não podemos permitir a este vírus uma circulação livre nem hastear a bandeira branca. Sobretudo com tanta gente no mundo ainda por vacinar”, Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-geral da OMS.
O responsável da OMS confirma a boa prestação das vacinas contra todas as variantes do SARS-CoV-2, mas lembra da maior facilidade de propagação da Ómicron, que embora não se revele muito perigosa para os vacinados, pode ainda matar os infetados mais fragilizados e os não vacinados.
Diversos estudos citados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) sublinham a eficácia das vacinas contra a Covid-19, com uma quebra perante a Ómicron, mas com melhoria após a toma de uma terceira dose, sobretudo quando se fala em vacinas com RNA mensageiro (mRNA), isto é a Comirnaty (Pfizer/BioNTech) ou a Spikevax (Moderna).
Só no período de sete dias que terminou no domingo (9 de janeiro), a OMS notou um agravamento de 55%, o equivalente a 15 milhões de casos, o pior balanço de infeções numa só semana.
Os dados mais recentes oriundos dos Estados Unidos mostram, no entanto, uma redução no número de casos de uma média diária a sete dias de mais de 40 mil casos a 9 de janeiro para menos de 28 mil a 16 de janeiro na cidade de Nova Iorque. Outros estados do nordeste americano apresentam a mesma tendência.
A maioria das pessoas hospitalizadas por todo o mundo com Covid-19 não estão vacinadas, salientava há uma semana o diretor-geral da OMS, alertando para a urgência de se travar a circulação desta última VdP e assim evitar a evolução para uma outra estirpe, com eventual maior resistência às vacinas, maior capacidade de infeção e maior risco de provocar Covid-19 grave.