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    Uma fase nova na vida das mulheres

    Médico ginecologista Johny Juarez

    Ana Cardoso, 50 anos, é secretária executiva de uma empresa de prestação de serviço. De segunda a sexta-feira a vida dela corre a grande velocidade, empenhada no telefone e nos compromissos inadiáveis de último minuto. Uma tarde, um calor intenso invadiu o seu corpo, seguido de náuseas. Assustada, pediu ajuda aos colegas, a pensar  que estava a sofrer um enfarte.
    Quando cada uma das suas colegas se aproximava para apoiá-la, o calor desaparecia e tudo voltava à normalidade.
    Ana Cardoso procurou um médico para saber o que na realidade se passava. Ana foi informada de que estava a entrar na fase da perimenopausa. “Nunca pensei que esta fase fosse chegar tão cedo”, disse.
    Maria José, 45 anos, diz que entrou na menopausa aos 43 e com ela vieram os calores, a falta de humor, dificuldade de concentração, depressão e principalmente a falta de libido. “Passei por muitas consultas e a medicação não melhorava a minha qualidade de vida. Até me diziam que eu devia acostumar-me e que esta fase durava cinco anos”, disse. Decidiu consultar o médico, que receitou medicamento para reposição hormonal. A partir daquela data começou a sentir-se melhor. Duas semanas depois de começar a medicação, Maria deixou de sentir o calor e a depressão desapareceu.
    Maria José apela às mulheres a procurarem sempre o médico ginecologista porque existe muita falta de informação em relação à menopausa, que é uma nova fase da vida que as mulheres enfrentam.

    Uma etapa desconhecida

    O médico ginecologista Johny Juarez informou que a menopausa não é uma doença ou sinónimo de velhice. O médico acrescentou que o desaparecimento do período menstrual é denominado de pós-menopausa e o conjunto destas três fases define-se como climatérico (fase anterior à menopausa).
    “Salvo em mulheres doentes ou submetidas a determinadas operações, a menopausa começa de forma espontânea e nota-se pela roupa molhada”, disse o médico, que é director técnico do projecto Força Saúde, acrescentando que “muitas mulheres chegam à menopausa sem dispor de muita informação. Não é uma doença, nem é sinónimo de velhice”.
    O médico ginecologista disse ainda, que, na fase da menopausa, os ciclos ovulatórios são cada vez mais lentos. Até que deixa de ocorrer a ovulação em cada mês.
    “O período que antecede a menopausa pode durar vários anos. Esta fase surge habitualmente por volta dos 45 anos de idade”, esclarece o médico, sublinhando que os sintomas comuns são irregularidades no período menstrual, crises de suor, palpitações que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos na parte superior do tórax, pescoço e cabeça e que podem durar cerca de 20 anos após a menopausa.
    O ginecologista disse que a menopausa começa um ano depois da última menstruação e tem como característica a perda progressiva da fertilidade.
    O médico acrescentou que no corpo da mulher se regista um desequilíbrio do centro de controlo da temperatura corporal, o que ocasiona as famosas ondas de calor.
    “Regista-se igualmente uma maior ocorrência de doenças do coração, osteoporose, depressão e alterações do sono”, frisou.
    Johny Juarez esclareceu que nessa época a mulher corre mais riscos de desenvolver as doenças cardiovasculares.  Outras doenças como a hipertensão, diabetes, o tabagismo e altos índices de colesterol, frisou, também contribuem para o aumento do risco nessa fase.

    Cuidados com a alimentação

    A mulher na menopausa deve preocupar-se em ter uma dieta pobre em gorduras de origem animal, que elevam o colesterol, e rica em gorduras polinsaturadas, como as presentes nas castanhas, azeite e nos peixes, que aumentam o nível de colesterol bom.
    “Nessa fase existe uma maior propensão às doenças cardiovasculares, por isso a alimentação deve ser mais saudável”, sublinha Johny Juarez. Os alimentos ricos em cálcio, como leite e seus derivados, e os vegetais de folhas escuras, alertou o ginecologista, também não devem ser esquecidos por conta do risco de osteoporose.
    O especialista recordou que a prática de actividade física é importante em qualquer etapa da vida.
    Após a menopausa, acrescentou, a mulher tende a ganhar mais peso e daí a necessidade de praticar  exercícios.
    O médico afirmou que há uma maior tendência para a osteoporose e doenças do coração, patologias que podem ser prevenidas com o exercício físico. A prática, lembrou, deve ser orientada por um profissional para evitar lesões.
    “A actividade física gera bem-estar, melhora a qualidade do sono e mantém a auto-estima da mulher em alta”, disse.
    Johny Juarez disse ainda que para a maioria das mulheres, a menopausa natural ocorre entre os 45 e 55 anos.  Em casos raros, a menopausa pode ocorrer cedo, aos 30, ou tarde, aos 60.
    A menopausa, afirmou o médico ginecologista, é considerada prematura quando ocorre antes dos 40 anos.

    Helma Reis

    Fonte: Jornal de Angola

    Fotografia: Domingos Cadência

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