André Mingas representa o fim de um ciclo paradigmático da renovação estética da Música Popular Angolana, e deixa várias gerações de seguidores, muitos dos quais selecionados para a sua homenagem na XV edição do Festival da Canção de Luanda.
A morte de André Mingas deixou um vazio, irreparável, no cenário musical angolano.
Cantor e compositor ousado, no conseguimento estilístico do seu género, André Mingas marcou, de forma indelével a vanguarda da renovação do fraseado musical angolano, pela plasticidade do timbre vocal, composição e estilização do cancioneiro tradicional.
Embora a sua música se nos apresente inovadora, na dissonância dos acordes e nas flexões vocais, de inspiração jazzística, é na tradição da música angolana que encontramos a raiz do seu estilo, concretizado na transfiguração da herança do Ngola Ritmos, na reinvenção dos clássicos da música angolana e na absorção da efervescência rítmica dos musseques luandenses.
Filho de André Rodrigues Mingas e de Antónia Vieira Dias Mingas, André Rodrigues Mingas Júnior nasceu em Luanda, no dia 24 de Maio de 1950, e lutou, até à data da sua morte, infelizmente prematura, pela efectiva internacionalização da sua obra musical, considerada estruturalmente imponente, e inequivocamente intemporal.
Fonte: Jornal de Angola