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    Tribunal da Relação mantém Rui Pinto na prisão

    DN | Carlos Ferro e Valentina Marcelino

    Rui Pinto vai continuar na prisão a aguardar os desenvolvimentos das investigações da Polícia Judiciária.

    O Tribunal da Relação de Lisboa manteve a prisão preventiva de Rui Pinto, o hacker que está detido sob a suspeita de extorsão qualificada na forma tentada, acesso ilegítimo, ofensa a pessoa coletiva e violação de segredo. Extraditado da Hungria para Portugal a 20 de março o jovem é acusado de ter divulgado documentos que envolvem o fundo de investimentos Doyen e de ter entrado no sistema informático do Sporting.

    “Face aos factos fortemente indiciados no processo e correspondentes crimes e havendo, caso fosse libertado, concretos perigos de fuga, de continuação da actividade criminosa e de perturbação do decurso do inquérito – só a medida detentiva aplicada se revela ser a adequada”, concluíram os desembargadores, em comunicado oficial divulgado esta tarde.

    Os juízes consideraram assim que se mantém atuais os pressupostos que levaram à primeira decisão: continuação da catividade criminosa, perturbação do inquérito e risco de fuga. E foram indiferentes aos apelos que têm sido feitos em vários fóruns, com a ainda eurodeputada Ana Gomes a ser uma das maiores defensoras da libertação do hacker que considera poder beneficiar da figura de “denunciante”.

    Rui Pinto também o mentor da divulgação de documento no site Football Leaks onde foi publicada informação sobre negócios envolvendo clube e jogadores de praticamente todos os grandes clubes europeus. Em Portugal, é suspeito de ter acedido à correspondência, além da do Sporting, do FC Porto e do Benfica, tendo neste último caso dado origem ao processo conhecido por e-mails do Benfica e depois à investigação e-Toupeira.

    No processo que deu origem ao mandado europeu de detenção está uma alegada extorsão no valor de meio milhão de euros que Rui Pinto terá tentado fazer à Doyen. Ação que o seu advogado William Bourdon, numa entrevista à Der Spiegel, reconheceu ter existido mas que não passava de uma “brincadeira”. “É absolutamente verdade que ele [Rui Pinto] queria testar até onde a Doyen estaria disposta a ir. Foi mais uma brincadeira infantil do que outra coisa”, frisou o advogado que também já defendeu Edward Snowden, o ex-espião da NSA associado à divulgação de vários dados sobre o sistema de vigilância da agência norte-americana.

    Rui Pinto foi ainda o centro de um livro de dois jornalistas da Der Spiegel – Football Leaks – onde se contam os encontros de um dos elementos da revista alemã com o português em Budapeste e em outros locais na Europa e se faz um perfil do hacker que contestou a extradição para Portugal alegando que as autoridades nacionais não estariam interessadas nas suas denúncias.

    Quem já copiou os ficheiros que Rui Pinto tinha foram as autoridades francesas que acederam a 26 terabytes de dados antes de o jovem português, que terá publicado ao longo do último ano 3,4 daquele total, ser extraditado para Lisboa.

    Entre os casos denunciados estão situações relacionadas com fugas ao pagamento de impostos envolvendo jogadores de futebol, entre os quais Cristiano Ronaldo.

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