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    Suspeita foi ameaçada após ver o corpo de Bernardo, diz advogado

    (G1 RS)
    (G1 RS)

    Defesa detalhou suposta ‘pressão psicológica’ contra a assistente social. Advogado diz que madrasta convenceu Edelvania a ajudar a ocultar corpo.

    Defensor da assistente social Edelvania Wirganovicz, o advogado Demetryus Eugenio Grapiglia deu nesta quarta-feira (23) novos detalhes sobre como a cliente teria sido “pressionada psicologicamente” a participar da ocultação de cadáver de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, no Norte do Rio Grande do Sul, como mostra reportagem do RBS Notícias (confira no vídeo). Segundo ele, a madrasta do menino, a enfermeira Graciele Ugolini, também presa por suspeita de participação no crime, teria mostrado o corpo do garoto e proferido ameaças.

    “Ela disse: ‘agora tu me ajuda ou vou fazer isso, vou fazer aquilo contigo. Tu vai ter que me ajudar.’ E ela exerceu uma pressão psicológica tamanha sobre a Edelvania que ela se submeteu a ir lá e participar dessa aberração que foi a ocultação”, garante Grapiglia. Desde terça-feira (22), o advogado vem negando a veracidade e a legalidade de um depoimento, no qual, segundo a Polícia Civil, Edelvania confessou ter ajudado a matar Bernardo, além de ocultar o corpo.

    O menino foi encontrado morto no dia 14 deste mês em um matagal de Frederico Westphalen, cidade a cerca de 80 km de Três Passos. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril. Segundo a Polícia Civil, além de Edelvania, são suspeitos do crime o médico Leandro Boldrini, pai do garoto, e a madrasta Graciele.

    A contestação do advogado de Edelvania diante do que foi apurado em depoimento foi rebatida nesta quarta pela delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pelo inquérito. “Cientificamos Edelvania quanto ao teor do depoimento. A base do inquérito não precisa de advogado”, afirmou a delegada, que diz estar convicta da participação do trio na morte.

    Polícia quer prorrogar prisões
    A Polícia Civil anunciou nesta quarta que irá pedir a prorrogação da prisão temporária dos três suspeitos do crime. O pai do menino, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Boldrini e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga do casal, estão presos desde o dia 14.

    A delegada Caroline também anunciou que pedirá à Justiça a prorrogação do prazo limite de 30 dias para concluir o inquérito sobre a morte de Bernardo. Segundo ela, o caso não pode ser finalizado porque “não irão chegar a tempo” informações importantes contidas nos laudos da perícia. “Ainda falta concluir 20% do inquérito”, ressaltou a delegada, em entrevista coletiva.

    Nesta quarta, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) informou que ainda não há previsão de conclusão dos exames que devem apontar se a criança foi vítima de uma injeção letal e se foi dopada por medicamentos, como apontam as investigações. Também está sendo elaborada uma análise que deve revelar se ele estava morto quando foi enterrado em uma cova rasa em um matagal.

    De acordo com o diretor substituto do IGP, Paulo Leonel Fernandes, o órgão tem parcerias e convênios com universidades, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que podem agilizar o andamento de alguns exames periciais, já que as instituições possuem equipamentos para isso. O procedimento, segundo o IGP, é usual, já que envolve informações científicas.

    Justiça negou transferência de caso
    Já a Justiça do Rio Grande do Sul negou nesta quarta o pedido do advogado Jader Marques, que defende o médico Leandro Boldrini no caso Bernardo para que o processo e investigação do caso fossem transferidos de Três Passos para Frederico Westphalen, onde o corpo do garoto foi encontrado em uma cova. A decisão é do juiz Marcos Luís Agostini, que reconheceu a competência da 1ª Vara Judicial de Três Passos para concluir os atos de investigação.

    O magistrado baseou a decisão nas provas colhidas pela Polícia Civil até o momento. “É claro que as investigações ainda não foram encerradas, faltando inclusive o resultado das perícias para averiguação da causa da morte, mas há firmes elementos nos autos acerca da prática de atos executórios do delito de homicídio nesta Comarca de Três Passos. Além disso, há indícios nos autos da prática de uma tentativa de homicídio contra a vítima na residência da família, nesta cidade”, diz a decisão.

    Segundo o juiz, há três teorias para definir o lugar do crime e a fixação do foro competente: da atividade; do resultado e da ubiquidade. Os três critérios são utilizados pela legislação penal e processual brasileira sem um caráter absoluto, dependendo do caso concreto.

    Para Jader Marques, o processo deveria ser transferido para Frederico Westphalen, porque o corpo do menino de 11 anos foi encontrado naquela cidade e não em Três Passos, onde, segundo ele, não houve a consumação do crime. O advogado já teve acesso parcial ao inquérito do caso, que corre em segredo de Justiça por se tratar de caso familiar

    Entenda
    Bernardo foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

    No início da tarde do mesmo dia, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

    “O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.

    O pai registrou o desaparecimento do menino no domingo (6), e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.

    De acordo com a delegada, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um. (g1.globo.com)

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