Segunda-feira, Abril 29, 2024
14.9 C
Lisboa
More

    Suíça vota a favor da proibição do véu islâmico burca em lugares públicos

    Os eleitores suíços votaram este domingo, num referendo que deve decidir sobre a proibição ou não do uso da burca e do nicab muçulmanos em lugares públicos. As estimativas do apuramento dos votos, efectuadas em 22 dos 26 cantões federais suíços confirmaram a vitória da não autorização do uso da burca, em público, na Suíça.

    O chamado voto anti-burca ocorreu depois de anos de debate na Suíça, na sequência da proibição da burca nalguns países europeus, assim como em vários Estados de maioria muçulmana.

    Segundo observadores, o referendo de domingo decorreu numa altura em que se vê raramente mulheres com o véu islâmico nas ruas das cidades suíças.

    O referendo que preconizava o “sim à proibição” do rosto inteiramente tapado, não menciona expressamente a burca, nem o nicab. O nicab permite que os olhos fiquem descobertos.

    Cartazes de campanha em que se lia “Stop o islão radical” e “Stop o extremismo” foram colocados em várias cidades da Suíça.

    Os adversários do referendo colaram também cartazes, nos quais eles consideraram absurda a lei anti-burca.

    O texto inicialmente proposto pelo partido populista de direita, UDC, obteve 51,21% dos votos e uma maioria dos cantões votou a favor da proibição da burca.

    Activistas femininas, como Myriam Mastour, receiam que a vitória do “sim”, corre o risco de banalizar o xenofobismo e o racismo contra as mulheres muçulmanas da Suíça. Contudo Mastour regojizou-se que a vitória do “sim” se tenha verificado por uma pequena margem.

    Mohamed Hamdaoui, deputado socialista do Grande Conselho de Berna (assembleia local) e fundador da campanha “Com rosto descoberto” considerou o resultado “um imenso alívio”.

    Segundo Hamdaoui, “o voto de domingo é revelador de uma tomada de consciência.

    Mohamed Hamdaoui que reivindica ser laico, acrescentou que o referendo foi uma oportunidade para dizer stop ao islamismo, mas não aos muçulmanos, que segundo ele têm o seu lugar na Suíça.

    Cyrielle Huguenot da Amnistia Internacional na Suíça, afirmou que a proibição do véu islâmico integral (burca) não visa a libertação das mulheres. Ao contrário, segundo Huguenot, a proibição da burca é uma perigosa política simbólica que viola a liberdade de expressão e de religião.

    O porta-voz da UDC, Jean-Luc Addor, cujo partido está na iniciativa do referendo, declarou que a proibição não visa os muçulmanos, cuja prática religiosa não é posta em causa. Addor sublinhou que, trata-se antes de defender os “valores da nossa civilização” .

    Um inquérito do Departamento Federal Suíço de Estatística, em 2019, revelou que 5,5% da população suíça era de confissão muçulmana, oriunda maioritariamente da ex-Jugoslávia.

    O uso da burca é proibido na França, Áustria, Bélgica, assim como na Bulgária e na Dinamarca.

    Publicidade

    spot_img
    FonteRFI

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    BNA aprova Visão do Sistema de Pagamento em Novembro

    O Banco Nacional de Angola (BNA) prevê aprovar a Visão do Sistema Nacional de Pagamento, para o período 2023/2028,...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema