A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, fez com que a Europa olhasse com atenção para a Defesa.
Com a paz na região a deixar de ser um dado adquirido, muitas capitais ocidentais começaram a perguntar-se se o serviço militar obrigatório seria uma solução para os seus receios em matéria de segurança, dando por vezes origem a um aceso debate.
Em agosto, a Lituânia anunciou planos para alargar o seu serviço militar obrigatório, juntando-se à Dinamarca, enquanto os políticos alemães e britânicos sugeriram o relançamento do serviço militar obrigatório.
Mas será o serviço militar obrigatório a abordagem correta para enfrentar a agressão russa? Que impacto poderá ter a sua reativação na Europa? Será contraproducente ou ajudará a defender a região?
“As forças armadas europeias, em particular as que fazem fronteira com a Rússia, apercebem-se agora de que não têm efetivos suficientes”, diz Vincenzo Bove, professor de ciência política na Universidade de Warwick, especialista em recrutamento. “Vêem claramente o recrutamento como uma solução para isso.”
“Se é uma boa ideia em termos de dissuasão de uma potencial invasão russa, não temos a certeza”, continuou, sugerindo que não existem provas sobre a eficácia dos exércitos conscritos em comparação com as forças regulares.
Devido à complexidade da guerra moderna, Bove questiona se os recrutas poderiam ser devidamente treinados para utilizar equipamento avançado ou as táticas utilizadas atualmente no curto espaço de tempo disponível.