Acordos com clínicas e hospitais têm afectado os lucros da seguradora, que se queixa de taxas altas cobradas por cada serviço realizado. Reestruturação da empresa inclui uma clínica própria e nova sede.
O convénio estabelecido entre a Mundial Seguros e unidades hospitalares e clínicas privadas do País no ramo do seguro de saúde tem gerado prejuízo nas receitas da seguradora por causa das altas taxas cobradas pelos serviços prestados, segundo avançou o presidente do seu conselho de administração.
De acordo com Elvino Mariano, que falava recentemente nas comemorações do oitavo aniversário da seguradora, as taxas de serviços cobradas pelas instituições têm afectado o rendimento da empresa, e afirmou que tal pode levar à suspensão dos serviços de saúde por dois anos, apesar de já estarem criadas as condições para a inversão do quadro actual, em que se incluem a construção de uma clínica própria da seguradora e o alargamento a novos serviços.
“Para o próximo ano, a Mundial pretende criar a sua própria clínica, considerando que os parceiros que temos estão de alguma forma a contribuir para que as nossas receitas diminuam, porque as taxas que nos cobram principalmente na área da saúde são taxas altíssimas”, queixou-se o gestor, que apontava para novos serviços.
A administração prevê também incluir no seu portefólio de produtos o ramo vida, sobretudo no segmento de fundo de pensões, um projecto que, sengundo o PCA, vai ajudar na duplicação da produção anual, que ronda actualmente os 6 mil milhões Kz (60 milhões USD).
A implementação do projecto, no entanto, começará a ser concretizada em Janeiro próximo, um período em que a administração prevê lançar os fundos de pensões e um sistema informático que vai ajudar a empresa a organizar os serviços. “Este, sim, vai ser o grande negócio que a empresa vai ter no ano que vem”, prevê o Elvino Mariano, que adianta que já está em fase de montagem e de implementação um software que possibilitará controlar este ramo, no que resultará a duplicação da carteira de negócios.
Ao avaliar o desempenho da seguradora nos últimos oito anos, Elvino Mariano considerou “positivo” o trabalho desenvolvido, a avaliar pelo facto de os negócios da empresa serem de capitais angolanos e num período que classificou como “difícil”. Questionado sobre a facturação durante os anos de actividade no mercado nacional, o PCA da Mundial Seguros, que, no entanto, não avançou números, disse que “investir nos ramos dos seguros é altamente rentável”.
“Há oito anos, quando nos propusemos entrar para este mundo, não tínhamos a noção do valor que este negócio iria dar”, observou, tendo apontado o segmento dos seguros de responsabilidade automóvel como responsável pelo sucesso financeiro da instituição. “As empresas têm de tornar-se competitivas, inovando sempre, isto é, aparecendo sempre com produtos novos. E nós estamos criando condições no mercado para que nos próximos anos apareçamos com cinco novos produtos”, antecipou.
Seguro aliado à sociedade
Por outro lado, fez saber que a instituição tem parceria com outras organizações no domínio social, com particular destaque ao Fundo Lwini, com quem tem trabalhado no processo de formação e educação de pessoas com deficiência física.
“A empresa tem o seu lado social. Somos parceiros da Fundação Lwini, e ainda neste ano fomos galardoados com uma distinção por parte da Fundação Lwini, isto é, pelo apoio que temos dado à Fundação Lwini, sobretudo no programa de educação que esta instituição tem de preparar quadros com deficiência, onde fornecemos cerca de 28 computadores com os respectivos softwares técnicos”, lembrou.
Presente em três das 18 províncias do País, a seguradora angolana emprega um total de 111 pessoas, e prevê nos próximos anos subir o número em consequência do seu programa de expansão das agências nas demais províncias, nomeadamente Huambo, Zaire e Lobito. (expansao.ao)
